Suprema Corte dos EUA permite que universidade judaica não reconheça estudantes LGBTQ
A Suprema Corte dos Estados Unidos concedeu nesta sexta-feira (9) uma primeira vitória a uma universidade judaica que se recusa a conceder status de associação a um grupo de jovens gays, bissexuais e transgêneros.
A Universidade Yeshiva de Nova York recorreu em caráter de urgência à Suprema Corte depois que um juiz ordenou que a instituição registrasse o clube estudantil "Yeshiva Pride Alliance" no retorno às aulas de 2022, o que daria ao grupo acesso a algumas salas e serviços.
"Como uma universidade judaica profundamente religiosa, a Yeshiva não pode cumprir essa ordem porque isso violaria suas convicções religiosas sinceras sobre como educar seus alunos nos valores da Torá", diz a universidade em seu recurso.
Os promotores afirmam que a universidade oferece diversos cursos não religiosos e acolhe estudantes não judeus e, assim, "não pode negar a alguns alunos o acesso a recursos não religiosos por causa de sua orientação sexual."
Nesta sexta-feira, a Suprema Corte, de maioria conservadora, suspendeu a decisão do juiz enquanto examina minuciosamente o caso, o que representa uma primeira vitória para a universidade.
Por se tratar de uma decisão em caráter de urgência, não é preciso fundamentá-la ou especificar quais juízes a apoiam.
A Universidade Yeshiva, fundada no século 19 para "promover o estudo do Talmud", tem cerca de 5.000 alunos.
Em 2018, estudantes LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer) formaram o grupo YU Pride Alliance que busca ser reconhecido pela universidade para poder organizar conferências e encontros, entre outras coisas.
Nos Estados Unidos há um amplo debate sobre o equilíbrio entre o respeito às liberdades religiosas e os princípios de não discriminação.
A Suprema Corte, que passou por uma forte transformação sob a administração do ex-presidente Donald Trump, tomou várias decisões mais conservadoras nos últimos meses.
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