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Presidente da Comissão Europeia promete apoio à Ucrânia 'o tempo que for necessário'

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia - REUTERS/Valentyn Ogirenko
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia Imagem: REUTERS/Valentyn Ogirenko

15/09/2022 07h04

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta quinta-feira (15) em Kiev que a União Europeia vai apoiar pelo "tempo que for necessário" a Ucrânia, que receberá também um novo pacote americano de ajuda militar para reforçar sua contraofensiva.

Essa operação relâmpago permitiu às tropas ucranianas recuperar grande parte da região de Kharkiv, que estava sob poder da Rússia. Em uma das cidades, foi encontrada uma "vala comum", segundo o presidente Volodimir Zelensky.

"Nunca seremos capazes de igualar o sacrifício que os ucranianos estão fazendo", mas "o que podemos dizer é que eles terão seus amigos europeus ao seu lado pelo tempo que for necessário", disse em entrevista coletiva conjunta com Zelensky.

Sua terceira viagem à Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro coincidiu com uma reunião entre Vladimir Putin e seu aliado cada vez mais próximo, o presidente chinês, Xi Jinping, onde o líder russo elogiou a postura "equilibrada" de Pequim com relação à guerra.

Zelensky, por sua vez, pediu a Von der Leyen que seu país possa ser incorporado ao mercado único europeu mesmo antes de aderir plenamente à UE. Solicitou também cooperação energética com o bloco.

Posteriormente, em seu discurso vespertino diário, o líder ucraniano anunciou que uma "vala comum" havia sido descoberta em Izium, cidade onde na quarta-feira havia prometido uma "vitória" geral para seu país.

"Queremos que o mundo saiba o que a ocupação russa provoca", disse sem dar detalhes.

O oficial da polícia regional Serguei Botvinov disse à Sky News que se trata de um local de sepultamento com cerca de 440 túmulos. Alguns foram mortos a tiros e outros em bombardeios, acrescentou.

- Novos envios de armas -

Durante sua visita, Von der Leyen afirmou que deseja ver Putin perante o Tribunal Penal Internacional (TPI). "Putin deve perder esta guerra, deve enfrentar suas ações. Isso é importante para mim", declarou.

Desde o início do conflito, a União Europeia tem apoiado firmemente Kiev, impondo duras sanções a Moscou e concedendo em junho à Ucrânia e à Moldávia o status de candidatos à adesão.

Antes de sua viagem, a líder europeia explicou que suas discussões com os ucranianos seriam "sobre como seguir aproximando nossas economias e nosso povo".

Também alertou que as sanções impostas contra a Rússia "vieram para ficar" e que não é hora de "apaziguamento".

O Kremlin respondeu a eles reduzindo ou interrompendo completamente o fornecimento de gás aos países europeus, que buscaram fontes alternativas e prepararam planos para reduzir o consumo antes do inverno.

O respaldo ocidental a Kiev também se traduziu no fornecimento de armas que desempenharam um papel crucial no contra-ataque lançado no nordeste e no sul da Ucrânia.

A Casa Branca aprovou nesta quinta-feira um novo pacote de 600 milhões de dólares em ajuda militar, elevando o total concedido até agora a mais de 15 bilhões.

A Alemanha também prometeu novos veículos armados e sistemas de lançamento de foguetes, embora não os tanques de guerra que Kiev reivindica.

Questionado sobre essa assistência em sua viagem de volta do Cazaquistão, o papa Francisco disse que armar a Ucrânia pode ser aceitável "se as condições de moralidade forem cumpridas", mas enfatizou a necessidade de "dialogar" com "todos".

- Xi e Putin estreitam laços -

Além da exitosa campanha em Kharkiv, as forças ucranianas registraram lentos, mas constantes avanços na região de Kherson, às margens do mar Negro, mas a situação "segue extremamente difícil", indicou a presidência.

Com suas tropas recuadas até a bacia oriental do Donbass, a Rússia lançou nesta quinta-feira ataques de alta precisão nas zonas perdidas em Kharkiv, disse o Ministério da Defesa.

As autoridades ucranianas também relataram ataques nesta quinta perto da cidade natal de Zelensky, Krivoi Rog, onde dezenas de casas foram inundadas por um bombardeio contra uma barragem na véspera.

Em outra disputa vinculada à guerra, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu à Rússia que retire suas tropas da usina nuclear de Zaporizhzhia, alvo recente de bombardeios que provocaram uma missão de inspeção dessa agência da ONU.

Isolado pelo Ocidente e recorrentemente criticado pela ONU, Putin criticou do Uzbequistão as "tentativas de criar um mundo unipolar" e elogiou a postura da China no conflito.

"Apreciamos muito a posição equilibrada de nossos amigos chineses em relação à crise ucraniana", disse Putin a Xi.

O presidente chinês respondeu que Pequim está disposto a trabalhar com Moscou para apoiar "os interesses fundamentais" dos dois países. 

A China até agora não apoiou abertamente a guerra na Ucrânia, mas expressou diversas vezes seu apoio à Rússia frente às sanções ocidentais.

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© Agence France-Presse