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Coreia do Norte dispara mais um míssil balístico em direção ao Mar do Japão

24.mar.22 - TV mostra imagens de arquivo de um teste de míssil norte-coreano, em uma estação ferroviária em Seul, Coreia do Sul - ANTHONY WALLACE/AFP
24.mar.22 - TV mostra imagens de arquivo de um teste de míssil norte-coreano, em uma estação ferroviária em Seul, Coreia do Sul Imagem: ANTHONY WALLACE/AFP

09/11/2022 03h41Atualizada em 09/11/2022 09h57

A Coreia do Norte disparou ao menos um míssil balístico nesta quarta-feira (9), informou o exército da Coreia do Sul, o mais recente de uma série recorde de lançamentos este mês.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul afirmou que "detectou um míssil balístico de curto alcance lançado pela Coreia do Norte no Mar do Leste", também conhecido como Mar do Japão. O míssil saiu de Sukchon, na província de Pyongan do Sul, às 15h31 (3h31 de Brasília).

"Reforçando a vigilância e o controle, o exército sul-coreano permanece totalmente preparado enquanto coopera estreitamente com os Estados Unidos", acrescenta um comunicado.

O lançamento aconteceu no momento em que os Estados Unidos apuram os votos para as eleições de meio de mandato para a Câmara de Representantes e o Senado. A agência de inteligência sul-coreana havia alertado que o líder norte-coreano Kim Jong Un poderia aproveitar a data das eleições para realizar um teste nuclear.

A Guarda Costeira do Japão disse que o míssil balístico parece ter caído no mar minutos depois que o lançamento foi relatado.

O míssil voou a uma altitude de até 50 km, com um alcance de 250 km, disse o ministro da Defesa do Japão, Yasukazu Hamada, a repórteres. Segundo ele, o governo apresentou um forte protesto à Coreia do Norte por meio de canais diplomáticos através de Pequim, e que Tóquio condenou fortemente o lançamento.

Disparos sem precedentes. No início do mês, a Coreia do Norte efetuou uma série sem precedentes de lançamentos, incluindo um míssil balístico intercontinental que, segundo o exército sul-coreano, terminou em fracasso.

Pyongyang também lançou um míssil balístico de curto alcance que atravessou a disputada fronteira marítima com a Coreia do Sul em 2 de novembro.

Na ocasião, o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, classificou a ação com uma "invasão territorial de fato".

Os disparos integram uma sequência iniciada em 2 de novembro, na qual Pyongyang disparou 23 mísseis, mais do que em todo o ano de 2017, quando Kim Jong Un e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entraram em confronto verbal por meio da imprensa e do Twitter.

Os disparos coincidiram com manobras militares conjuntas das Forças Aéreas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, no exercício denominado "Tempestade Vigilante", o maior já realizado até o momento, com centenas de aeronaves.

Comparado com a frota norte-coreana envelhecida, o exercício 'Tempestade Vigilante' colocou em ação alguns dos caças mais modernos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, incluindo caças furtivos F-35.

Em setembro, a Coreia do Norte modificou sua doutrina nuclear para permitir ataques preventivos em caso de ameaça contra o regime de Kim Jong Un.

Se o "sistema de comando e controle" nuclear da Coreia do Norte "estiver em perigo de ataque de forças hostis, um ataque nuclear será executado de forma automática e imediata", afirma a nova doutrina.

Seul e Washington alertaram que a Coreia do Norte pode executar um teste nuclear em breve, que seria o sétimo da história do país e o primeiro desde 2017.

Míssil que caiu perto das águas do Sul é 'provocação deliberada e intencional'. A Coreia do Sul concluiu uma análise do que inicialmente disse ser parte de um míssil balístico de curto alcance (SRBM) norte-coreano que caiu perto das águas sul-coreanas na semana passada. Foi a primeira vez que um míssil balístico norte-coreano caiu perto das águas sul-coreanas.

A análise, no entanto, mostrou que a peça, com cerca de 3 metros de comprimento e 2 metros de largura, fazia parte de um míssil antiaéreo SA-5 da era soviética, disse o Ministério da Defesa, citando sua aparência e características.

O ministério condenou veementemente o lançamento do míssil na ocasião, chamando-o de violação de um pacto militar inter-coreano de 2018 que proíbe quaisquer atividades que alimentam as tensões nas fronteiras. "Este lançamento de míssil SA-5 foi uma provocação claramente deliberada e intencional", disse em comunicado.

"O SA-5 também tem características de um míssil superfície, e a Rússia usou mísseis semelhantes na Ucrânia".

Os militares da Coreia do Norte disseram que os lançamentos foram ataques simulados contra Coreia do Sul e Estados Unidos, criticando seus exercícios como um "perigoso e agressivo exercício de guerra".

*Com informações de Reuters