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Lima se junta a protestos no Peru pela saída de Boluarte do poder

Manifestantes entram em confronto com membros da tropa de choque peruana durante uma manifestação na cidade de Cusco, no Peru - 11.jan.2023 - Ivan Flores/AFP
Manifestantes entram em confronto com membros da tropa de choque peruana durante uma manifestação na cidade de Cusco, no Peru Imagem: 11.jan.2023 - Ivan Flores/AFP

12/01/2023 15h25Atualizada em 12/01/2023 16h18

Os protestos dos setores radicais e sindicatos camponeses pedindo a renúncia da presidente Dina Boluarte e eleições imediatas continuam nesta quinta-feira (12) nas regiões andinas com bloqueios e passeatas no dia em que são anunciadas mobilizações também em Lima.

As manifestações se concentram nas cidades de Cusco, Arequipa, Tacna, entre outras, enquanto na região de Puno, ponto central do movimento que pede a saída da presidente, serão sepultadas as 17 vítimas que faleceram após confrontos com a polícia.

Em Lima, um grupo de coletivos sociais, sindicais e partidos da esquerda convocaram manifestações na tarde de hoje com o slogan "Nem mais uma morte, abaixo a ditadura civil-militar, racista e classista".

As demandas são políticas e pedem o fechamento do Congresso e a convocação de uma Assembleia Constituinte para substituir a Constituição de 1993, promulgada no mandato do ex-presidente Alberto Fujimori, que estabelece a economia de mercado como eixo do desenvolvimento socioeconômico do país.

A morte de um líder camponês durante um confronto com a polícia inflamou os manifestantes que protestavam em Cusco na última quarta-feira (11). O hotel Marriott foi vandalizado com pedras que danificaram vidros e enormes vasos de flores na fachada.

A Defensoria Pública contabilizou mais de 50 feridos, entre eles, 19 policiais.

Na mesma cidade, moradores queimaram uma cabine no terminal regional de transporte rodoviário, atacaram estabelecimentos comerciais e colocaram pedras na linha ferroviária.

Segundo a polícia de Cusco, 11 pessoas foram detidas, incluindo uma cidadã colombiana.

Manifestantes entram em confronto com forças de segurança durante um protesto exigindo eleições antecipadas e a libertação do ex-presidente preso Pedro Castillo, perto do aeroporto de Juliaca, no Peru - 09.jan.23 Stringer/Reuters - 09.jan.23 Stringer/Reuters
09.jan.23 - Manifestantes entram em confronto com forças de segurança durante um protesto exigindo eleições antecipadas e a libertação do ex-presidente preso Pedro Castillo, perto do aeroporto de Juliaca, no Peru
Imagem: 09.jan.23 Stringer/Reuters

Os violentos protestos que ocorrem há mais de um mês já deixaram 41 mortos, entre eles, um policial queimado vivo por uma multidão, segundo a organização policial.

Os bloqueios se estenderam a 10 das 25 regiões administrativas no país, são elas: Tacna, Moquegua, Puno, Cusco, Abancay, Apurímac, Arequipa, Madre de Dios, Huancavelica e San Martín, conforme a Superintendência de Transporte Rodoviário.

Dina Boluarte foi vice-presidente do Peru até o dia sete de dezembro, quando o Congresso destituiu o então presidente Pedro Castillo após ele tentar fechar o parlamento, intervir no sistema judicial e governar por decreto.

Castillo, que até então era investigado por corrupção, está cumprindo 18 meses de prisão preventiva ordenada por um juiz sob a acusação de rebelião.