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Ataque à embaixada do Azerbaijão no Irã deixa um morto

O Azerbaijão é conhecido como a "Terra do Fogo" - Tom Dulat - UEFA/UEFA via Getty Images
O Azerbaijão é conhecido como a "Terra do Fogo" Imagem: Tom Dulat - UEFA/UEFA via Getty Images

27/01/2023 14h43Atualizada em 27/01/2023 15h31

Um homem armado matou, hoje, o chefe de segurança da embaixada do Azerbaijão em Teerã, em um ataque que as autoridades iranianas atribuíram a motivações "pessoais", mas que o país da vítima considerou um ato "terrorista" orquestrado pela República Islâmica.

Os funcionários da embaixada "estão sendo retirados do Irã", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão, Ayxan Hacizada, ao canal turco TRT Haber.

O ataque também feriu outros dois guardas da embaixada, embora sua condição seja "satisfatória", segundo o Ministério das Relações Exteriores.

O agressor, um iraniano casado com uma mulher do Azerbaijão, foi preso, informou o chefe da polícia de Teerã, general Hosein Rahimi, à agência de notícias Tasnim.

"O agressor deu problemas pessoais e familiares como seu motivo", explicou. "Ele disse que sua esposa está detida na embaixada há nove meses", acrescentou.

Segundo a agência Tasnim, o agressor havia preenchido um documento de busca de pessoas desaparecidas em abril. Mas a mulher havia retornado ao Azerbaijão, acrescentou a agência, citando documentos legais do caso como fonte.

Milhões de azerbaijanos residem no Irã, grupo étnico que, além da República Islâmica, está presente principalmente no Azerbaijão e na Rússia.

Durante anos, o Irã acusou o Azerbaijão de fomentar sentimentos separatistas em seu território.

O fato de o Azerbaijão ser um aliado próximo da Turquia, um rival histórico do Irã, também prejudicou as relações entre os dois países.

Teerã também teme que o território do Azerbaijão seja usado em uma eventual ofensiva contra o Irã, por parte de Israel, principal fornecedor de armas de Baku.

"Terrorista"

Em imagens vazadas da embaixada que circularam nas redes sociais, um homem pode ser visto saindo de um veículo em frente à representação diplomática.

Em outras imagens, um indivíduo armado com um fuzil é visto atacando vários homens. Mais tarde, um corpo aparece caído no chão, coberto por uma manta.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, chamou o ataque de "terrorista".

"Exigimos uma investigação rápida e que os terroristas sejam punidos", escreveu ele no Twitter.

"Toda a responsabilidade pelo ataque é do Irã", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão, Ayxan Hacizada, à mídia local.

Segundo ele, o ataque foi incentivado por uma recente campanha contra o Azerbaijão na imprensa iraniana.

O ataque também foi "fortemente" condenado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani.

Em um comunicado, a República Islâmica disse que as primeiras investigações indicavam motivações pessoais.

O chanceler do Irã, Amir Abdollahian, propôs ao seu homólogo do Azerbaijão, por telefone, que os dois países "cooperem" para "investigar" o ataque.

"Não devemos permitir que este incidente afete negativamente as relações entre os nossos países", insistiu ele, segundo o Ministério das Relações Exteriores iraniano.

A Rússia, por sua vez, expressou sua "consternação" com o incidente e expressou seu apoio ao Azerbaijão.

"Expressamos nossas condolências e apoio aos nossos colegas do Azerbaijão", escreveu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, no Telegram.