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Filho do presidente da Guiné Equatorial convocado na Espanha para depor por torturas

28/02/2023 08h17

A Justiça espanhola intimou para depor um filho do presidente da Guiné Equatorial e dois funcionários de alto escalão das forças de segurança do país pelo suposto sequestro e tortura de dois cidadãos espanhóis, segundo um documento obtido nesta terça-feira (28) pela AFP. 

Um juiz da Audiência Nacional, tribunal de Madri responsável por casos jurídicos complexos ou delicados, convocou para 28 de março Carmelo Ovono Obiang, filho do presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo e chefe do serviço de inteligência externa do seu país. A informação foi revelada pelo jornal madrileno El País. 

O magistrado convocou ainda outros dois altos funcionários, o ministro de Estado responsável pela Segurança Interna, Nicolás Obama Nchama, e o diretor-geral da Segurança, Isaac Nguema Endo, segundo o processo datado de 24 de fevereiro, ao qual a AFP teve acesso nesta terça-feira (28).

Essas três pessoas, apresentadas como chefes da segurança do país, são investigadas na Espanha como suspeitas do sequestro e tortura de dois opositores que tinham nacionalidade espanhola, um dos quais morreu em janeiro no pequeno país da costa atlântica africana. 

Resta saber se os suspeitos sairão voluntariamente de seu país, governado por um dos regimes mais autoritários e secretos do mundo, para ir à Espanha depor.

O vice-presidente da Guiné Equatorial e também filho do presidente Obiang, Teodoro Nguema Obiang Mangue, acusou a Espanha em janeiro de "interferência" pela investigação aberta contra sua chefia de segurança. 

Independente da Espanha desde 1968, a Guiné Equatorial é governada há mais de 43 anos por Teodoro Obiang, 80, que detém o recorde mundial de longevidade no poder por um chefe de Estado vivo, sem considerar as monarquias.

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© Agence France-Presse