Venda polêmica de joias ligadas ao nazismo gera R$ 992 milhões
A venda polêmica de joias da falecida milionária austríaca Heidi Horten, viúva de um alemão que fez fortuna por sua relação com o nazismo, já gerou US$ 202 milhões (R$ 992 milhões), anunciou nesta segunda-feira (15) a casa Christie's, que organizou o leilão.
O valor arrecadado supera o recorde anterior, batido em 2011 com a coleção de joias da atriz anglo-americana Elizabeth Taylor, que ultrapassou US$ 115 milhões (R$ 565 milhões).
A coleção de Heidi Horten é composta por mais de 700 joias, e seu valor total foi avaliado em mais de US$ 150 milhões (R$ 736 milhões). O leilão começou na última quarta-feira e os últimos lotes serão vendidos em novembro.
Como fez anteriormente, a Christie's explicou que o montante arrecadado será doado a uma fundação que apoia causas filantrópicas, conforme a vontade de Heidi. Além disso, a casa de leilões afirmou que fará "uma doação significativa" dos lucros a instituições judaicas e à educação sobre o Holocausto, que considera "de importância vital".
A declaração, no entanto, não impediu as críticas. A polêmica está relacionada à origem da fortuna do marido, Helmut Horten, dono de uma das maiores redes de lojas de departamentos da Alemanha.
Em 1936, três anos depois que Adolf Hitler chegou ao poder, Horten assumiu a empresa têxtil Alsberg, após a fuga de seus donos, que eram judeus. Mais tarde, assumiu o controle de vários negócios que pertenceram a judeus que fugiram do nazismo. Posteriormente, Horten foi acusado de se beneficiar do espólio de propriedades de pessoas de origem judaica.
Segundo a Christie's, dos 98% dos lotes vendidos, metade foi na Europa e no Oriente Médio; 28%, nas Américas; e 22%, na Ásia.
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