Negociador israelense diz que dezenas de reféns em Gaza estão vivos

Um negociador israelense disse à AFP nesta segunda-feira (17) que dezenas de reféns retidos pelo Hamas na Faixa de Gaza estão vivos e que Israel não pode aceitar um cessar-fogo até que todos eles sejam libertados.

"Dezenas estão vivos", disse o negociador, sob condição de anonimato, que advertiu que é vital para eles "não deixá-los lá por muito tempo".

Das 251 pessoas que foram sequestradas durante o ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel em 7 de outubro, 116 ainda estão retidas em Gaza como reféns, e dessas, 41 teriam morrido, segundo o Exército israelense.

Após mais de oito meses de guerra, os Estados Unidos estão tentando obter um acordo, a partir de uma proposta apresentada no final de maio pelo presidente americano, Joe Biden. Este plano prevê, em uma primeira fase, um cessar-fogo de seis semanas acompanhado de uma retirada israelense das zonas densamente povoadas de Gaza, bem como a libertação de alguns reféns retidos em Gaza e a libertação de palestinos detidos por Israel.

As negociações não parecem avançar e o negociador israelense reiterou que Israel se recusa a aceitar imediatamente um cessar-fogo permanente.

"Não podemos neste momento, antes de assinar um acordo, nos comprometer a pôr fim à guerra", declarou o funcionário.

"Porque durante a primeira fase há uma cláusula segundo a qual temos que negociar [questões] da segunda fase. A segunda fase é a libertação dos [...] reféns", explicou.

A fonte indicou que a equipe de negociadores israelenses havia dado seu aval ao plano de Biden, mas que o governo israelense ainda não o havia feito.

"Esperamos que o Hamas diga sim", afirmou, embora o movimento islamista continue pedindo um cessar-fogo permanente antes de assinar qualquer acordo sobre a libertação de reféns (em troca da libertação de palestinos detidos por Israel).

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"Se não conseguirmos um acordo com o Hamas, [o Exército israelense] continuará lutando na Faixa de Gaza, e não com menos força do que faz atualmente", acrescentou. "De outra maneira, mas intensamente."

A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando militantes do movimento islamista mataram 1.194 pessoas, em sua maioria civis, segundo um levantamento baseado em dados oficiais israelenses.

Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ofensiva que deixou pelo menos 37.347 mortos em Gaza, também civis em sua maioria, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas.

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© Agence France-Presse

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