Campanha de vacinação contra a poliomielite começa na Faixa de Gaza
A campanha de vacinação contra a poliomielite começou neste sábado (31) em Gaza, depois de o território devastado pela guerra ter registrado seu primeiro caso da doença em 25 anos, disse à AFP um funcionário sanitário.
As autoridades sanitárias do território governado pelo Hamas, juntamente com a ONU e as ONGs, "estão prestes a iniciar uma campanha de vacinação contra a poliomielite na região central", disse Moussa Abed, diretor de cuidados primários do Ministério da Saúde de Gaza.
Recentemente foi confirmado o primeiro caso da doença em 25 anos, afetando uma criança de dez meses.
Devido à guerra, iniciada em 7 de outubro após o ataque do Hamas contra Israel, a ONU enviou 1,2 milhão de vacinas para serem administradas por via oral.
Os pais de crianças que receberam a primeira dose de duas gotas - são necessárias duas doses com um mês de intervalo - disseram à AFP que temem epidemias.
Aid Abu Taha, 33 anos, trouxe seu filho de onze meses. "Vim porque tenho muito medo por ele", disse ela.
"Esta campanha de vacinação contra a poliomielite é muito importante, principalmente porque há cada vez mais pessoas deslocadas e há epidemias que se espalham entre as crianças", acrescentou.
Bakr Dib, de 35 anos, veio com seus filhos de três, cinco e oito anos. "No começo fiquei hesitante, tive muito medo que essa vacina não fosse segura, mas quando vi que todo mundo estava indo para o posto de vacinação, me acalmei e fui também", disse.
Na quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que Israel concordou com uma série de "pausas humanitárias" de três dias cada no centro, sul e norte de Gaza para imunizar mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos. A organização havia dito inicialmente que a campanha começaria no domingo.
Segundo a ONU, "é necessária uma cobertura de pelo menos 90% em todas as fases da campanha para travar a epidemia".
O poliovírus é altamente infeccioso e se espalha com mais frequência através de esgotos e água contaminada, um problema cada vez mais comum em Gaza, com grande parte das infraestruturas destruídas.
A doença afeta principalmente crianças menores de cinco anos. Pode causar deformidades e paralisia e é potencialmente fatal.
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