Onda de incêndios chega ao Parque Nacional de Brasília

Bombeiros estão lutando, neste domingo (15), para apagar as chamas que atingem o Parque Nacional de Brasília, mais um foco na onda de incêndios que devasta o Brasil, impulsionada pela pior seca já registrada no país.

O incêndio começou nessa reserva de água e fauna na capital no mesmo dia em que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a União a emitir créditos extraordinários fora dos limites fiscais para combater as chamas.

"Não podemos negar o máximo e efetivo socorro a mais da metade do nosso território, suas respectivas populações e toda a flora e fauna da Amazônia e Pantanal, sob a justificativa de cumprimento de uma regra contábil não constante na Carta Magna, e sim do universo infraconstitucional", afirmou Dino.

No documento, de 40 páginas, o ministro também flexibilizou as regras para a contratação de pessoal voltado para a prevenção, controle e combate aos incêndios.

"Busca-se desatar totalmente as mãos do Estado brasileiro" para proteger as populações afetadas pelas chamas, especialmente na Amazônia, destacou Dino.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Janja, sobrevoaram a área devastada, de acordo com imagens divulgadas nas redes sociais. "O governo federal está atuando junto com o Corpo de Bombeiros do DF para ajudar no combate às chamas", escreveu o presidente.

O número de incêndios em setembro até agora (55.517) já superou os registrados no mesmo mês do ano passado (46.498), segundo medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com base em dados de satélite.

O Parque Nacional de Brasília pegou fogo neste domingo, no maior incêndio do ano na cidade, que já enfrenta 145 dias sem chuvas e níveis mínimos de umidade.

Alguns moradores chegaram a jogar baldes de água nas chamas, e os bombeiros se juntaram aos esforços de combate ao incêndio, que deve continuar durante a noite, informou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração dos parques nacionais.

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O fogo já consumiu até agora uma área de 1.200 hectares, informou o ICMBio.

Com 30 mil hectares, o parque protege as bacias hidrográficas que fornecem água à região de Brasília.

Os incêndios no Brasil se propagam mais facilmente devido à seca histórica, que especialistas associam às mudanças climáticas, além da baixa umidade.

A fumaça gerada pelos incêndios afeta grandes cidades do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, e também países vizinhos.

rsr/arm/am

© Agence France-Presse

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