Homem que organizou mutilação genital de menina é condenado a 4 anos e meio de prisão no Reino Unido

Um homem foi condenado nesta quinta-feira (3) pela Justiça britânica a quatro anos e meio de prisão por organizar a viagem de uma menina ao Iraque para submetê-la a uma mutilação genital e contrair um casamento forçado.

Esta sentença, de um tribunal de Nottingham, no centro da Inglaterra, é a primeira no Reino Unido que condena um plano para praticar a mutilação genital feminina, explicou a promotoria.

Emad Kaky, de 47 anos, havia reservado e pago em 2019 a viagem da menina do Reino Unido ao Iraque, quando seus planos foram descobertos por uma pessoa que os informou à polícia.

Mensagens encontradas em seu telefone mostravam "claramente" sua intenção de submeter a menina a uma mutilação genital e forçá-la a se casar, afirmou a promotoria.

Além disso, o condenado afirmou durante o julgamento que essa prática, proibida em muitos países do mundo, é "normal".

Ao proferir sua decisão, o juiz Nirmal Shant qualificou a ação de Emad Kaky como "uma barbaridade".

"Quando avalio a gravidade dos fatos alegados, não levo em consideração apenas o dano causado, que neste caso não ocorreu, mas também a intenção de causar dano", disse o juiz.

"Você trabalhou para que isso acontecesse. Este crime requer uma sentença dissuasória. O que você fez, o que planejou fazer, foi uma barbaridade", continuou o juiz.

Em fevereiro, uma britânica foi condenada a sete anos de prisão por entregar uma menina de três anos a uma mulher que a submeteu a uma mutilação genital durante uma viagem ao Quênia, uma condenação que não tinha precedentes no Reino Unido.

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Uma lei de 2003 sobre mutilação genital prevê uma pena máxima de quatorze anos de prisão.

Tais mutilações, que implicam a remoção parcial ou total do clitóris e dos lábios vaginais de uma menina, são uma prática comum em algumas partes da África, Oriente Médio e Ásia.

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© Agence France-Presse

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