Em terceiro ataque no mês, China tem novo atropelamento em massa de crianças
Um homem foi detido após avançar com seu carro contra uma escola na província de Hunan, região central da China, um atropelamento que deixou várias crianças feridas, informou a polícia local nesta terça-feira (19)
O incidente ocorre no momento em que o país permanece em choque com dois ataques que deixaram várias vítimas na semana passada: um atropelamento em um centro esportivo e um ataque com facas contra uma escola profissionalizante.
A polícia da cidade de Changde, em Hunan, informou que o acidente aconteceu um pouco antes de 8H00 (21H00 de Brasília, segunda-feira) e que um homem de 39 anos, identificado apenas pelo sobrenome Huang, foi detido.
As autoridades afirmaram que os ferimentos sofridos pelas vítimas não são considerados graves.
O canal estatal CCTV informou que "vários alunos ficaram feridos", mas que o número preciso ainda estava sendo determinado.
Vídeos publicados nas redes sociais chinesas, que coincidem com as imagens online disponíveis da escola, mostram dezenas de crianças fugindo em pânico.
Um vídeo mostra várias pessoas, incluindo uma criança, estiradas no chão. Outro vídeo mostra um homem ensanguentado sendo agredido.
Diversos vídeos do incidente publicados nas redes sociais pareciam ter sido removidos pouco depois das plataformas, severamente controladas pelo regime chinês.
"Vingança" da sociedade
Apesar da censura, o incidente rapidamente se tornou um dos principais temas de discussão nas redes, com até 95 milhões de visualizações na plataforma Weibo.
"Como algo assim pode acontecer de novo?", questionou um internauta. "Há muitas pessoas se vingando da sociedade ultimamente", lamentou outro.
Alguns analistas associam o aumento dos ataques fatais este ano na China com um crescente mal-estar e desespero no país devido à desaceleração econômica.
Na segunda-feira da semana passada, um homem matou 35 pessoas e feriu mais de 40 ao avançar com seu carro contra uma multidão na cidade de Zhuhai, sul do país, no ataque com o maior número de vítimas fatais no país em uma década.
As autoridades demoraram quase 24 horas para anunciar o número de mortos e os vídeos do ataque foram rapidamente removidos das redes sociais.
A polícia afirmou que o suspeito, identificado pelo sobrenome Fan, agiu "por insatisfação com a divisão de bens após o divórcio".
A polícia explicou que o suspeito era um ex-aluno do centro de ensino, de 21 anos, que deveria se formar este ano, mas não foi aprovado nos exames.
No mês passado, um homem matou três pessoas e feriu outras 15 em um ataque com faca em um supermercado de Xangai.