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Miguel Reale Jr fala em "esperteza malandra" e pede condenação de Dilma

Carolina Gonçalves e Karine Melo - Repórteres da Agência Brasil

30/08/2016 12h37

Os denunciantes Miguel Reale Júnior e Janaína Conceição Paschoal Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Ao dividir o tempo de 1h30, destinado à acusação, com a advogada Janaína Paschoal, o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment da petista, adotou durante em toda sua exposição um tom ainda mais duro que a colega Janaína Paschoal para pedir a condenação da presidenta afastada, Dilma Rousseff. Reale afirmou que houve aparelhamento do governo e que há provas concretas de que houve crime de responsabilidade. "Não é apenas um formalismo, mas é a verificação exata da ocorrência de fatos delituosos graves. "Como não há crime de responsabilidade? Há sim. Há cadáver e há mau cheiro desse cadáver. O crime está inicialmente em se ter utilizado os bancos oficiais para financiar o Tesouro", ressaltou. Já no começo do discurso, Reale Jr atacou o PT, partido de Dilma, afirmando que o país vive um momento de mudança de mentalidade, não apenas de governo. " É uma administração pública não baseada no mérito, mas na sinecura, na difusão de que o que importa é ser malandro. O lulopetismo deixa como legado a esperteza, a malandragem. O país não quer mais isso", afirmou. O jurista insistiu que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não prejudica o regime democrático brasileiro."O país não quer mais isso. O país que organiza uma Olimpíada e que vive um processo de impeachment sem risco à democracia é um país que confia em suas instituições, em sua gente. Um país que confia que existem pessoas da coragem como Janaína Paschoal", disse, exaltando o trabalho da colega durante o processo. Reale finalizou, dizendo que os senadores "não estão fazendo nenhuma injustiça" ao votar pelo impeachment. "Estão fazendo justiça proporcional aos atos graves que foram cometidos". Reação Após a manifestação da acusação a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu a palavra para criticar as alegações dos dois advogados que, segundo ela, foram políticas e não elencaram elementos técnicos. ""Essa discurseira política mostra bem a origem do processo, de base política para afastar a presidente", afirmou. A senadora voltou a atacar a advogada Janaína Paschoal de ter sido paga pelo PSDB para assinar o pedido contra a petista.