Topo

Esse conteúdo é antigo

Metroviários de Belo Horizonte fazem greve contra privatização da CBTM

30.mai.2018 - Metrô de Belo Horizonte (MG)  - Fred Magno/Estadão Conteúdo
30.mai.2018 - Metrô de Belo Horizonte (MG) Imagem: Fred Magno/Estadão Conteúdo

Da Agência Brasil

21/03/2022 13h02Atualizada em 21/03/2022 14h30

Moradores da região metropolitana de Belo Horizonte (MG) que precisam utilizar o metrô nas primeiras horas da manhã se depararam hoje (21) com as 19 estações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) fechadas.

A interrupção dos serviços faz parte da mobilização dos metroviários que, no último dia 15, em assembleia, aprovaram paralisar suas atividades parcialmente a partir da 0h de hoje. Além de se opor à proposta do governo federal de privatizar as operações mineiras da CBTU, a categoria se queixa da falta de respostas da companhia nas atuais negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Segundo a CBTU, as 19 estações existentes em Belo Horizonte e Contagem permaneceram fechadas entre 5h30 e 10 horas, quando o sistema voltou a operar. A companhia estimou que cerca de 37 mil pessoas que costumam usar o metrô neste horário deixaram de ser transportadas.

De acordo com o Sindicato dos Metroviários (SindiMetro), pelo tempo que durar a paralisação, os trens funcionarão apenas das 10 horas às 17 horas, em escala reduzida, com o mínimo de trabalhadores necessários à manutenção dos serviços essenciais.

"Basta o governo negociar que estaremos dispostos a cumprir escala integral", disse o sindicato, em nota. "Decidimos entrar em greve como último recurso para defender nosso ganha-pão e o direito das pessoas de ir e vir", acrescentou a organização, afirmando que a concessão de serviços públicos à iniciativa privada tem prejudicado a população e os servidores públicos.

"A categoria vê seus direitos reduzidos e seus salários corroídos. A população de Belo Horizonte começou a pagar uma passagem de metrô muito cara. Não porque o metrô é estatal, mas sim, porque querem privatizá-lo e fazer dele um negócio lucrativo."

Em nota, a CBTU ressalta que a decisão dos metroviários quanto à manutenção de uma escala mínima de funcionários trabalhando das 10h às 17h contraria decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinou que o SindiMetro garanta a presença do mínimo de trabalhadores necessários para a manutenção dos serviços, entre as 5h30 e 10h, e das 16h30 às 20h, sob risco de ser multado em R$ 30 mil por dia.

De acordo com a CBTU, em dias úteis, aproximadamente 35 mil passageiros costumam usar o metrô entre 17h e 23h, quando normalmente são encerradas suas operações diárias. Desta forma, segundo a estatal, a interrupção das atividades entre 5h30 e 10h e das 17h às 23h prejudicará aproximadamente 72 mil dos 100 mil usuários/dia do sistema.