Queimado em ataques criminosos no MA retorna para casa
Ainda usando curativos especiais para queimaduras no rosto e nos braços, o entregador de frangos, Marcio Ronny da Cruz, 37 anos, retornou a São Luís depois de quase três meses de tratamento no Hospital de Queimaduras de Goiânia.
Ele teve alta na sexta-feira, 11, e retornou nesta madrugada para casa, porém se desloca de cadeira de rodas porque ainda não consegue andar.
Acompanhado por três irmãos, o entregador de frangos desembarcou no aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado por volta das 3h da manhã desta segunda-feira (14). Segundo a família, Márcio Ronny ainda está bastante debilitado e com a saúde frágil, mas consciente e otimista.
"Agora ele precisa descansar e prosseguir com o tratamento e nós estaremos aqui para dar toda ajuda e apoio a ele", disse a dona de casa Neliete da Cruz Nunes, 39 anos, irmã do entregador.
A irmã disse ainda que a família estava ansiosa pela volta dele e que todos se unirão para os cuidados nesse momento de recuperação. "Em Goiânia ele foi bem acolhido e podemos ver pela melhora que teve. Aqui, vamos fazer de tudo para que ele continue tendo o melhor acompanhamento e logo volte para sua vida normal", ressalta a irmã.
Pai de quatro filhos, Márcio Ronny dará continuidade ao tratamento ambulatorial para realização de curativos e administração dos medicamentos que ele ainda precisa tomar, além das sessões de fisioterapia para retomada dos movimentos.
A previsão é que ele permaneça por cerca de dois anos em tratamento, tempo estimado pelos médicos para que as cicatrizações ocorram e a pele se reconstrua retomando aparência próxima do normal e que neste período retorne uma vez por mês a Goiânia.
A família de Márcio vem recebendo assistência de outros familiares e também de pessoas solidarizadas com a situação por que passam. Das doações recebidas ainda há uma boa parte que vem suprindo as necessidades primeiras da família do entregador, segundo a irmã.
Marcio Ronny foi uma das quatro vítimas de queimadura durante um ataque de criminosos a coletivos ocorridos na noite de 3 de janeiro de 2014 na capital maranhense e que desencadeou a maior crise no sistema de segurança pública do estado nos últimos 20 anos.
Ele teve 75% do corpo queimado enquanto tentava desembarcar do ônibus incendiado pelos membros de uma gangue ligado ao tráfico de drogas que ordenou uma série de ataques à delegacias e ao sistema de transporte coletivo.
Uma das vítimas, a menina Ana Clara, de 6 anos, teve 95% do corpo queimado e não resistiu a gravidade dos ferimentos, vindo a morrer no dia seguinte aos ataques.
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