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Alertada em 2008, Roseana diz que crise surpreendeu e pede fim de críticas à família

Carlos Madeiro

Do UOL, em São Luís

09/01/2014 20h32

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), disse nesta quinta-feira (9) que, apesar dos alertas feitos desde 2008, foi pega de surpresa com a crise no sistema prisional que resultou na morte de 62 presos desde o início de 2013.

“Desde que iniciei meu governo, determinei que fosse reforçado o nosso sistema penitenciário, reaparelhando nossas polícias, investindo no aparelhamento dos nossos presídios. Fizemos um investimento alto, mas infelizmente fomos surpreendidos com essa crise nas penitenciárias”, afirmou, ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao anunciar um plano emergência com 11 pontos para conter a onda de violência.

Sem intervenção

Roseana Sarney também afirmou que não acredita que haverá intervenção federal nos presídios ou na segurança pública estadual, como pedem várias entidades --a PGR (Procuradoria-geral da República) analisa fazer o pedido de intervenção ao STF (Supremo Tribunal Federal).

“Estou cumprindo com meu dever. O Estado está indo muito bem, é o 16º no PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil. Não é um Estado que esteja patinando. Ele está se industrializando, melhorando”, afirmou, citando, em seguida, uma série de melhorias que teria feito no Estado ao longo dos últimos sete anos.

Roseana ainda disse que a crise na segurança “atrapalha” a imagem do Estado. “É uma imagem que atrapalha o nosso Estado, que não é violento. Nossas pessoas são ordeiras. Estamos agindo, e fiquem certos que isso não vai acontecer de novo. Se acontecer, serão penalizados, como foram agora. Em 30 horas, pegamos todos os responsáveis pelos atentados. Muito poucos os crimes que não foram elucidados no Maranhão. Desafio um Estado fazer elucidação de crime mais rápida que aqui”, afirmou.

Desabafo

Ao fim da entrevista, a governadora maranhense fez um desabafo contra as críticas que sofre por conta de ser integrante da família Sarney, que há décadas está no poder no Estado.

“Isso não existe como família. Sou Roseana, tenho sobrenome Sarney, mas sou uma pessoa que tenho passado, presente e, se Deus quiser, futuro. Quem manda aqui não é a família, sou eu. Quem foi eleita, em primeiro turno, fui eu. Assim como representei o Maranhão no Congresso. Querem o quê? Se querem penalizar alguém por isso, penalizem a mim, não a família. Eu que sou a governadora”, disse, em tom emocionado, sendo aplaudida por correlegionários que acompanhavam a coletiva.