Greve deixa Jacarepaguá sem ônibus de linhas municipais
Nenhum ônibus de linha municipal está circulando pelo bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, desde o início da madrugada desta terça-feira (13), quando teve início mais uma paralisação de motoristas e cobradores. Nem mesmo os ônibus do tipo frescão --mais confortáveis e climatizados, com valores entre R$ 7 e R$ 13-- estão nas ruas, ao contrário da greve na semana passada, quando os coletivos circulavam com passageiros em pé.
Apenas coletivos de linhas intermunicipais estão nas ruas. A pista sentido centro da Linha Amarela, no trecho que passa pelo bairro, está completamente congestionada. Há ônibus com destino a cidades da Baixada Fluminense parados no engarrafamento. As vans legalizadas, que circulam dentro do bairro, estão cobrando R$ 10. A tarifa normal é a mesma dos ônibus, isto é, R$ 3.
Na comunidade da Gardênia Azul, onde há pontos finais de ônibus para o centro e a Tijuca, passageiros fazem filas enormes à espera de transporte. Policiais militares do Batalhão de Choque fazem a segurança do local, mas mesmo assim nenhum ônibus apareceu.
O carpinteiro João de Deus, 34, está desde as 4h40 esperando um ônibus para ir ao trabalho, no centro. "Na semana passada não consegui ir trabalhar no dia da greve. E hoje a empresa já avisou que vai descontar o dia de quem não for. Entendo que a empresa não tem culpa", afirmou. "Mas o trabalhador também não tem."
Já o pedreiro Danilo da Costa Silva, de 28 anos, ficou uma hora esperando num ponto na Avenida Ayrton Senna, mas nenhum ônibus passou. Foi caminhando até a praça da Gardênia Azul pensando que fosse encontrar ônibus no ponto final. Em vão."Trabalho no Recreio (dos Bandeirantes), mas vou desistir. Não adianta ficar aqui o dia inteiro".
Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400. A convocação é feita por um grupo dissidente, que não se sentiria representado pelo Sintraturb-Rio (Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro). De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes do Rio, apenas 10% da frota de ônibus está circulando.
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