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Força-tarefa que investiga chacina em SP ouve colegas de cabo morto

A principal suspeita das investigações é que PMs, com o objetivo de vingar a morte do colega, seriam os responsáveis pelas mortes em série - Edu Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
A principal suspeita das investigações é que PMs, com o objetivo de vingar a morte do colega, seriam os responsáveis pelas mortes em série Imagem: Edu Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

17/08/2015 09h00

Dois policiais militares que trabalhavam diretamente com o cabo Avenilson Pereira de Oliveira devem ser chamados no começo da semana para prestar esclarecimentos à força-tarefa que investiga a maior chacina do ano no país. O crime ocorreu na noite da última quinta-feira e deixou 18 mortos e seis feridos, em Osasco e Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

Pereira pertencia à Força-Tática do 42º Batalhão da PM de Osasco, que é um grupo treinado para ocorrências mais violentas com bandidos.

Ele foi assassinado, no dia 7, em um posto de gasolina da cidade, quando foi surpreendido por dois ladrões que assaltaram o local. A dupla usou a arma do policial para matá-lo. A principal suspeita das investigações é que PMs, com o objetivo de vingar a morte do colega, seriam os responsáveis pelas mortes em série.

Os suspeitos pela morte do policial foram identificados e estão sendo procurados. Thiago Santos Almeida, 26, e Wagner Rodrigues, 27, tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça e são considerados foragidos.

Outras hipóteses para a chacina são a morte de um guarda municipal ou disputa por pontos de tráfico de drogas. Com os esclarecimentos dos dois colegas de Pereira, a força-tarefa espera conseguir traçar um perfil dele para tentar chegar a uma possível motivação para os crimes.

Vingança por morte de policiais é principal linha de investigação

A partir desta segunda-feira (17), policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à pessoa (DHPP), Seccional de Osasco e da Corregedoria da PM começam a ouvir depoimentos de testemunhas e parentes das vítimas fatais.

Se houver condições, os sobreviventes também serão ouvidos. O Ministério Público Estadual também vai acompanhar as investigações com o objetivo de agilizar eventuais pedidos à Justiça.

Duas testemunhas foram ouvidas já na noite de quinta-feira. No final de semana, a Secretaria de Segurança Pública divulgou que o Instituto de Criminalística localizou um novo tipo de calibre nos projéteis encontrados nos locais das mortes: cápsulas de pistola .45. Os atiradores também utilizaram armas calibre .38, 380 e 9 mm.

Os policiais já têm novas imagens de câmeras de segurança que mostram as placas dos carros dos criminosos. Um trabalho de limpeza de imagem está tentando identificar as letras e números.

Em alguns ataques, os mesmos atiradores que usavam máscaras apareceram com os rostos à mostra. O trabalho de identificação dos assassinos também já começou. O material não foi divulgado para não atrapalhar as apurações.

Os ataques começaram em Osasco, por volta das 20h30, e se concentraram nos bairros Jardim D’Ávila, Munhoz Júnior e Rochdale. As últimas vítimas foram atacadas às 23h45 em Barueri, segundo registros da PM.

A polícia informou que dos 18 mortos, seis tinham ficha criminal. Em um dos locais, os atiradores perguntaram quem tinha passagem na polícia antes de executá-las. Desde sexta-feira, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) determinou que o policiamento fosse reforçado na região onde ocorreram as mortes. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".