Em vídeo, Moro pede a apoiadores da Lava Jato para não irem a Curitiba
Segundo o juiz, deve-se evitar qualquer tipo de "confusão e conflito" e zelar pela segurança das pessoas, para que ninguém se machuque em eventuais discussões nesta data. "O interrogatório é uma oportunidade que o senhor ex-presidente vai ter para se defender, é um ato normal do processo. Nada de diferente ou anormal vai acontecer nessa data, apenas esse interrogatório", pondera Moro.
Originalmente, o interrogatório de Lula estava previsto para o dia 3 de maio, mas foi remarcado por Moro para 10 de maio a pedido da Secretaria de Segurança Pública do Paraná e da Polícia Federal. As corporações alegaram necessidade de mais tempo "para providências de segurança" diante de manifestações populares que poderiam ocorrer em Curitiba.
Na ação, Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do tríplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016.
"A minha sugestão é: não venha, não precisa. Deixe a Justiça fazer o seu trabalho, tudo vai ocorrer com normalidade. Eu espero que todos compreendam", finalizou Moro, no vídeo. O material foi publicado por volta das 21 horas de ontem e republicado minutos depois na mesma página. Juntos, os dois vídeos já registraram quase 2 milhões de visualizações e mais de 92 mil compartilhamentos.
Mobilização
Nas redes sociais, grupos apoiadores da operação e pessoas favoráveis a Lula se organizam para fazer manifestação em Curitiba durante o interrogatório. O Movimento Brasil Livre (MBL), que figura entre os grupos mais ativos em apoio a Moro, disse que não está promovendo nenhuma organização oficial de protesto, mas que seus representantes estarão em Curitiba acompanhando a oitiva. A porta voz do movimento Nas Ruas, Carla Zambelli, em declaração pública, também pediu aos seguidores para não irem a cidade, para evitar confrontos.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) disse que não está promovendo a organização de caravanas. Já o grupo Frente Povo Independente usou a internet por meio de um site de financiamento coletivo para garantir o pagamento de dois ônibus fretados rumo a Curitiba. Foram arrecadados R$ 8,5 mil em doações.
Na terça-feira, véspera do depoimento, Lula e apoiadores vão participar de um culto ecumênico na Catedral Metropolitana de Curitiba. Entre os confirmados no ato de apoio e solidariedade ao ex-presidente está a direção nacional do PT, dezenas de deputados, senadores e ex-ministros.
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