Organização de Garotinho tinha braço armado para intimidar pessoas, diz Justiça
Toninho, que também teve mandado de prisão preventiva expedido nesta quarta-feira, 22, é ex-policial civil. Rodrigues também disse, em seu depoimento, que "Toninho fazia questão de mostrar que estava armado".
Para o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da Justiça de Campos de Goytacazes (RJ), o suposto caso "demonstra de forma clara a imposição do líder da Organização Criminosa, ora réu Antony Garotinho, através do réu Antônio Carlos Ribeiro da Silva, vulgo Toninho, e que era o braço armado da Organização Criminosa, para que o colaborador obedecesse suas ordens".
Segundo o juiz, o grupo exerceria um poder intimidativo contra empresários extorquidos e que mantinham contrato de prestação de serviços ou de realização de obras públicas com o município de Campos dos Goytacazes.
Já os outros réus presos, Ney Flores Braga e Suledil Bernardino, tinham o papel de negociar com empresários o pagamento de suas contribuições ilícitas via "caixa 2". Segundo a denúncia, os empresários eram obrigados a fazer a contribuição, mediante ameaça de não receberem seus créditos lícitos.
"A organização criminosa composta pelos réus demonstra inegável poder intimidativo contra os empresários extorquidos, não só pela ameaça de não adimplemento de seus créditos perante o poder público, fragilizando-os e deixando-os sob o jugo dos réus, mas também pela participação armada do quarto denunciado, ex-policial civil, que segundo a denúncia e foi demonstrado pelo caderno probatório, facilita o sucesso na obtenção da vantagem ilícita, inclusive fazendo o recolhimento do dinheiro em espécie entregue pelos empresários coagidos", escreveu o juiz, em sua decisão.
O juiz também afirmou que a prisão se justifica porque as testemunhas correm riscos com a liberdade dos réus, "sendo certo que o réu conhecido como Toninho exerce inegável intimidação armada contra as testemunhas e em especial contra o colaborador". "Assim, de extrema necessidade garantir-se a instrução criminal e sua lisura mediante a proteção das testemunhas e do colaborador, sem o que as provas carreadas aos autos correm risco de não serem judicializadas em momento oportuno", justificou.
Defesa
Em nota, a assessoria do político disse que "querem calar o Garotinho mais uma vez" e que o ex-governador atribui a operação "a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo" por ter denunciado um esquema envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e irregularidades supostamente praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter.
Garotinho se diz inocente, assim como os demais acusados na operação desta quarta-feira, e ainda diz que é ameaçado pelo presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani, que nesta terça-feira, 21, voltou à cadeia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.