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Policiais detectam drones sobrevoando cidade onde cúpula do PCC está presa

Lalo de Almeida/Folhapress
Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Marcelo Godoy

São Paulo

06/11/2018 13h35

As forças de segurança que ocupam o perímetro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista, detectaram na noite desta segunda-feira, 5, o sobrevoo de dois drones na região. A suspeita é que os aparelhos tenham sido usados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para verificar o dispositivo de segurança desdobrado nas proximidades da penitenciária que abriga a cúpula da facção criminosa.

Na tentativa de abatê-los, viaturas das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) perseguiram os drones até a cidade vizinha de Caiuá. Os policiais, no entanto, perderam o contato com os aparelhos.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo apurou que a informação sobre a presença dos drones foi repassada às agências de inteligência envolvidas na operação criada para impedir o plano de resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da facção. Como o UOL mostrou em 1º de novembro, o plano prevê a contratação de mercenários que usariam armas de guerra, como lançadores de foguetes e metralhadoras na operação que custaria R$ 100 milhões.

Em razão disso, o Comando da Policia Militar de São Paulo solicitou ao Comando Militar do Sudeste (CMSE) o empréstimo de metralhadoras de calibre .50 para que sejam usadas na segurança do presídio. A ideia era ter o equipamento para dissuadir qualquer ataque à prisão.

Na semana passada, policiais da Rota foram treinados no 37° Batalhão de Infantaria Leve (BIL), em Lins, no interior paulista, para usar o equipamento. Entretanto, o CMSE considera difícil o empréstimo das metralhadoras por razões legais. A arma seria de guerra e, portanto, não poderia ser usada por a força policial. Por enquanto, os homens do Comando de Operações Especiais (COE), da PM, transportaram até Presidente Venceslau metralhadoras MAG, de calibre 7,62 mm.

Governo estuda transferência

O governo de São Paulo estuda transferir a cúpula do PCC para presídios federais diante da ameaça da facção de fazer uma ação de guerra para tomar o presídio e soltar seus líderes. O PCC é a única organização do crime organizado do País cuja cúpula não está no sistema prisional federal.

A ala que defende a transferência imediata de Marcola e de seus colegas alega que isso desmontaria o plano de resgate do grupo. Outros acreditam que a presença de Marcola em São Paulo permite ao governo combater melhor o crime organizado nas prisões.