Risco de queda faz SP fechar ponte da Marginal do Tietê que dá acesso à Dutra
"É um dano na viga semelhante ao que tivemos lá no viaduto da Marginal do Pinheiros (zona oeste), o que levou a equipe da Prefeitura a constatar que, dia a mais, dia a menos, teríamos o que tivemos no viaduto", disse Covas. O viaduto da Marginal do Pinheiros cedeu dois metros em 15 de novembro, por problema estrutural no pilar. Depois, o Município viu risco de desabamento. "A empresa contratada pela Prefeitura para elaborar o laudo apontou hoje (quarta-feira) que havia um dano na viga."
Os técnicos contratados pela Prefeitura para a vistoria visual constataram dois problemas graves. "Tivemos ruptura na viga de apoio e apareceu também uma fissura junto ao apoio. Isso determina que realmente a estrutura não está íntegra. Por questão de segurança, estamos interditando e vamos tomar as medidas necessárias", disse Vitor Aly, secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras.
Ele destacou, porém, que as obras de reparo não devem durar os mesmos cinco meses que vão durar o conserto do viaduto da Marginal do Pinheiros. "Vai ser mais rápido porque o acidente não foi configurado. Tivemos ruptura num componente e vamos fazer a recuperação."
Trânsito
A Prefeitura estuda as ações viárias para mitigar impactos no trânsito. "A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está verificando de que forma o trânsito vai ser modificado, porque o fluxo aqui é muito intenso." Ele disse "contar com a colaboração da população, que vai ter de buscar rotas alternativas."
Às 20h desta quarta, a interdição provocava congestionamento de 15 quilômetros na Marginal, sentido Ayrton Senna - quase um quarto dos 50 quilômetros do total de lentidão no trânsito da cidade.
Por dia, cerca de 50 mil veículos passam pelo local, com grande fluxo de caminhões. A alça é um dos acessos da capital ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Uma alternativa é a Rodovia Ayrton Senna; outra é buscar a Dutra pela pista local da Marginal. A Polícia Rodoviária Federal e a concessionária CCR Nova Dutra abriram o acesso da via principal para a expressa no km 227,7, sentido Rio.
Reparos
Como a Dutra é rodovia federal, Covas conversou com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. "Nos colocamos à disposição para ajudar e, se for o caso, fazer a recuperação da viga", afirmou o prefeito. "Faremos a intervenção no viaduto emergencialmente em parceria com a Prefeitura", disse o ministro. Um engenheiro da pasta deve avaliar a estrutura nesta quinta-feira, 24, junto de técnicos do Município. "Daí dimensionaremos a solução e alocaremos recurso para dar a resposta mais rápida possível."
"É provável que a intervenção seja feita por meio de convênio com a Prefeitura, uma vez que ela já está trabalhando na recuperação de outros viadutos", acrescentou Gomes. As saídas estudadas, segundo Covas, eram a União fazer os reparos ou a Prefeitura executá-los e depois ser ressarcida.
A vistoria que motivou a interdição é exigência do Tribunal de Contas do Município (TCM) para liberar a contratação de empresas de engenharia sem licitação. Essas empresas vão realizar inspeções estruturais em 34 pontes e viadutos da capital.
A proposta de vistorias se deu após o viaduto da Marginal do Pinheiros ceder. Até o último dia 8, o Município já havia vistoriado 11 estruturas. Em oito, foi detectada a necessidade de vistoria mais detalhada com urgência, para evitar interdições.
Transtornos
O taxista Roberto Fernandes, de 47 anos, foi um dos que enfrentaram as primeiras horas de lentidão na noite desta quarta após o bloqueio da ponte na Marginal do Tietê, zona norte da capital. "Acabou com o meu dia e provavelmente vai me atrapalhar por um bom tempo. Passo por aqui até cinco vezes por dia, não tenho como evitar", disse.
Segundo o taxista, o problema se estendeu para outras vias, usadas como rota alternativa. "Hoje (quarta) a Radial Leste estava travada também", acrescentou ele, que disse usar o trecho interditado para ir e voltar de casa, além das corridas do trabalho.
O microempresário Cleberson Pereira, de 28 anos, já prevê mudanças na sua rota diária com a interdição. "Tenho de pegar a (Via) Dutra para ir e vir do trabalho, então vou usar uma ponte mais à frente. Vai atrapalhar todo mundo", lamentou.
O analista de recursos humanos Paulo Eduardo Oliveira, de 29 anos, reforça a dimensão do problema. "A Dutra é saída pra todo mundo que vai para o Vale do Ribeira, São José dos Campos (ambos no interior paulista), por exemplo. É uma rota com tráfego intenso", disse. A Prefeitura também promete reforçar a sinalização na área com faixas e painéis de mensagem móveis.
Sem casa
Além de congestionamento, a obra deve desalojar o catador de materiais recicláveis Lindomar Macedo, de 63 anos, que vive embaixo da ponte há três anos. Lá, improvisou cama e cozinha. Ele foi pego de surpresa esta semana quando técnicos fizeram a inspeção.
Para ele, que vai se mudar para outro viaduto, nada estava muito errado. "A não ser por uns estalos altos quando começa a passar caminhão à noite." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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