Desativação de barragem passa por retirada de rejeitos
Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Eduardo Marques acredita que a Vale deve adotar diversos métodos na recuperação das áreas e na destinação dos rejeitos das barragens descontinuadas. Em todas as alternativas, o material precisa passar por um processo de drenagem, a fim de reduzir o potencial de novos incidentes.
Um dos métodos é a retirada do rejeito por caminhões, que o levam até uma usina de beneficiamento. No local, o minério é separado e o material restante passa por um processo de drenagem. O resíduo forma, então, uma "pilha", que precisa ser acondicionada em local seco e ao abrigo da chuva.
"Em Minas Gerais, o período de chuva vai de novembro a março. O volume de pilha é muito grande e fica difícil encontrar um local para ser armazenado", explica Marques. Já a água pode ser descartada, após passar por um processo de filtragem.
Outra alternativa é drenar o rejeito, deixando o resíduo restante no local da barragem. Sobre o espaço, é aplicada uma camada, enquanto, na superfície, é possível fazer a recuperação vegetal. Nesse caso, é necessário monitorar a área, especialmente em relação à erosão.
Também é possível aproveitar o rejeito para a fabricação de materiais de construção, como tijolos e bloquetes. "Tem viabilidade, o problema é que o volume seria muito grande."
Segundo a Vale, as barragens que serão descomissionadas estão inativas e foram construídas pelo método de alteamento a montante, o mesmo das que romperam em Mariana e Brumadinho. A empresa estima custo de R$ 5 bilhões. "Todas as barragens da Vale apresentam laudos de estabilidade emitidos por empresas externas", diz em nota. "As operações nas unidades paralisadas serão retomadas à medida que forem concluídos os descomissionamentos."
A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas determinou nesta quarta-feira, 30, que sejam descaracterizadas todas as barragens de contenção de rejeitos no Estado alteadas pelo método à montante, mesmo método das barragens 1 de Brumadinho e de Fundão, em Mariana. A Vale já havia anunciado na terça-feira, 29, decisão similar sobre as dez estruturas que pertencem à empresa.
A determinação foi publicada no Diário Oficial de Minas. No documento, o secretário Germano Luiz Gomes Vieira diz que tomou a decisão a partir da recomendação do governo federal sobre a necessidade de providências urgentes sobre a segurança de barragens. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.