Em um ano, Brasil tem 1,1 milhão de matrículas a menos no período integral
Em 2017, havia 13,9% dos alunos do ensino fundamental em tempo integral (com 7 horas ou mais de aulas diárias) - com 3,79 milhões de matrículas. Esse índice passou para 9,4% no ano passado - com 2,55 milhões. A proporção é substancialmente menor na rede privada - apenas 2,2% dos alunos estudam nessa modalidade.
No ensino médio, o porcentual de alunos em tempo integral aumentou. Passou de 8,4% para 10,3%. O porcentual se refere à rede pública, que soma 6.777.892 estudantes. Adicionando a rede privada, o índice foi de 9,5%. Depois de aprovar a reforma do Ensino Médio e lançar um programa para expandir o número de matrículas em tempo integral nessa etapa de ensino, o governo Michel Temer não conseguiu alcançar a meta que havia estipulado, de ter 13% dos estudantes nessa modalidade até o ano passado.
Especialistas e pesquisas apontam o ensino em tempo integral como forma de garantir melhor aprendizagem, uma vez que os estudantes têm mais contato com conteúdos escolares. A modalidade, no entanto, é mais cara.
Com a queda, o Brasil fica ainda mais distante de alcançar a meta do Plano Nacional da Educação (PNE) que prevê, até 2024, alcançar 25% das matrículas e 50% das escolas da rede pública nessa modalidade. O governo Jair Bolsonaro não apresentou ainda um plano para aumentar o número de estudantes no período integral.
Reprovação
Ainda no ciclo da alfabetização, 11,2% das crianças matriculadas no 3º ano do ensino fundamental estão com dois anos ou mais de atraso. A distorção idade-série é a proporção de alunos com mais de 2 anos de atraso escolar. Ou seja, os dados mostram que, no ano passado, uma em cada dez crianças tinha 10 anos ou mais enquanto cursava o 3º ano do ensino fundamental - 8 anos é a idade esperada para a série.
O que leva a distorção pode ser o abandono escolar ou a reprovação, esta última é a principal explicação nessa etapa.
Especialistas e pesquisas em educação indicam que a reprovação tem um efeito negativo na aprendizagem. Uma pesquisa do Cenpec também reforça que os estudos internacionais indicam que a reprovação escolar "é considerada prenunciador importante do abandono escolar, conturba a trajetória escolar, é prática financeiramente dispendiosa e gera resultados contestáveis".
A reprovação nos anos iniciais também é apontada como fator que leva ao crescimento da distorção série-idade ao longo da vida escolar. Dados do Censo Escolar de 2018 mostram que nos anos finais do ensino fundamental (do 5º ao 9º ano) chega a 24,7% e 28,2%, no ensino médio.
Além disso, a taxa de distorção do sexo masculino é maior que a do sexo feminino em todas as etapas de ensino. A maior diferença entre os sexos é observada no sexto ano do ensino fundamental, onde a taxa de distorção idade-série é 31,6% para o sexo masculino e 19,2% para o sexo feminino.
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