Conselho do colégio Santa Cruz pede renúncia após interferência religiosa
Um dos mais tradicionais colégios da elite paulistana, o Santa Cruz é frequentado por filhos de empresários e banqueiros. Tem entre seus ex-alunos o presidente do banco Itaú Unibanco, Candido Botelho Bracher, que até então também integrava o conselho da escola.
Com 67 anos, o colégio há mais de 20 anos era praticamente gerido pelo Conselho de Administração, que tinha autonomia para nomear os diretores e administrar o orçamento da escola. Na última reunião, a mantenedora comunicou que transformaria o conselho em um órgão apenas consultivo. O que resultou na renúncia.
Desde que irmãos americanos assumiram a liderança da congregação no lugar de padres canadenses, havia receio de que o colégio pudesse perder o caráter leigo. Segundo a carta, em 2016, os irmãos implementaram uma administração centralizada para administrar as três escolas da congregação no Brasil, além da unidade em São Paulo, têm uma em Campinas e em Santarém.
A centralização da administração ficaria em Campinas. Assim, o Conselho de Administração teria que responder aos executivos em Campinas ou ao Conselho de Congregação composto unicamente por religiosos, segundo informa a carta.
"Tendo representado os ideais dos padres fundadores junto à comunidade de pais, alunos e docentes, alguns de nós há mais de 20 anos, julgamos necessário tornar pública esta carta, como uma forma de prestação de contas e formalização da nossa renúncia", diz a carta, que tem como signatários o cientista Fernando Reinach, presidente do colegiado, o administrador Ricardo Belotti e o engenheiro Lair Krahenbuhl, além de Bracher.
Em circular enviada às famílias de alunos, a direção do colégio agradece aos integrantes que deixaram o colegiado "por diferenças de pontos de vista em relação à natureza do conselho". Afirma ainda que, em breve, serão anunciados os novos membros, que se juntarão aos atuais conselheiros: padre José de Almeida Prado, padre Robert Grandmaison, irmão Ronnie Lenno Farias Silva, Flavia Cristina Piovesan e Denise Aguiar Alvares.
Em nota, a direção do colégio diz que a alteração não trará nenhuma mudança nos princípios pedagógicos ou curriculares. Também informou que o Santa Cruz é uma "escola católica pluralista aberta a todas as opções religiosas" e seguirá oferecendo humanista para formar cidadãos críticos e atuantes. "As mudanças no Conselho Administrativo devem trazer renovação e importantes colaborações para a gestão da escola", afirma.
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