Topo

MP recomenda saída de 2.000 moradores que vivem perto de barragem em Congonhas (MG)

Vista aérea da Barragem Casa de Pedra da empresa CSN na cidade de Congonhas (MG) Imagem: Cristiane Mattos - 30.jan.2019/Futura Press/Estadão Conteúdo

Leonardo Augusto, Especial para O Estado

Belo Horizonte

12/03/2019 19h35

O Ministério Público de Minas Gerais quer a saída de 2.000 moradores que vivem em 600 casas de dois bairros de Congonhas, na região central do estado, perto da barragem que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) mantém no município. Em recomendação enviada hoje à mineradora, a promotoria pede que a empresa pague aluguel e a mudança de todos os que querem deixar o local.

A justificativa, segundo o promotor Vinícius Alcântara Galvão, que assina a recomendação, é o "pânico e insegurança" dos habitantes dos bairros próximos à barragem, Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro, sobretudo depois das tragédias de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em janeiro de 2019. "A angústia é muito grande. Muitos vivem à base de remédio contra ansiedade", diz o promotor, que se reuniu com os habitantes dos bairros antes de emitir a recomendação.

O representante argumenta que, no caso da barragem da CSN, nem mesmo um plano de emergência seria suficiente para salvar vidas. "Se estourar, em 30 segundos a lama atinge as casas. Tem residência que fica a 250 metros da barragem. É romper e morrer", diz.

No pedido, o promotor quer que a empresa pague, a quem tem o desejo de sair da região, R$ 1.500 para aluguel, mais os recursos a serem gastos com mudança, e R$ 1.500 por transtornos. O valor do aluguel seria repassado até que a empresa providenciasse casas para quem deixasse o local. A CSN tem dez dias úteis para dar resposta sobre a recomendação.

Esta semana, segundo o promotor, uma creche e uma escola foram fechadas na comunidade próxima à barragem. "Ninguém é obrigado a viver abaixo de uma barragem que pode romper. A situação é desumana", afirma o promotor. Segundo Galvão, caso a empresa não aceite a recomendação, o MP vai entrar com ação civil pública contra a mineradora.

A barragem da CSN em Congonhas, segundo o MP, tem capacidade para 94 milhões de metros cúbicos de rejeitos. O volume é o dobro da represa da Samarco, comandada pela Vale e BHP Billiton, que se rompeu em Mariana, e cerca de oito vezes maior do que a estrutura da Vale que ruiu em Brumadinho.

Em nota divulgada na tarde desta terça, depois, depois de emitida a recomendação, a Defesa Civil de Minas Gerais afirmou que "não houve elevação do nível de emergência da barragem, nem tampouco a apresentação de qualquer documento que indique risco de rompimento". A assessoria de comunicação da CSN informou que a empresa não vai se pronunciar sobre a recomendação do MP.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

MP recomenda saída de 2.000 moradores que vivem perto de barragem em Congonhas (MG) - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Cotidiano