Além de drogas e armas, quadrilhas trazem 'miguelitos' do Paraguai
Esse produto, que não tem outra aplicação a não ser o uso em ações criminosas, é de baixo custo e geralmente entra no Brasil como contrapeso nos carregamentos de drogas ou cigarros, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul.
No último final de semana, a Polícia Rodoviária estadual apreendeu 883 quilos de maconha e grande quantidade de "miguelitos" durante uma operação na rodovia MS-162, em Maracaju, no sul do Estado. A carga era transportada em um veículo com placas de Goiânia (GO). Os ocupantes abandonaram o carro e fugiram pelo mato.
Conforme a pasta, os grampos são preparados em oficinas na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, devido à facilidade de obtenção da matéria-prima e o baixo culto. A produção desse material no país vizinho coincide com a maior ação de facções brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho(CV) em território paraguaio.
No início de abril, uma carga de "miguelitos" foi apreendida com 380 quilos de maconha em Nova Alvorada do Sul, em um carro roubado, com placas falsas. Dois dias depois, outra carga desse material foi interceptada, juntamente com drogas, por uma equipe do Departamento de Operações da Fronteira (DOF) em Ponta Porã. Também houve apreensões de "miguelitos", este ano, em Rio Brilhante, Bataguassu e Nova Andradina - em todos os casos a carga principal era de cigarros ou drogas.
No final do ano passado, durante a operação Fronteira Integrada, nas proximidades da Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, policiais militares do Paraná apreenderam vários carregamentos de cigarros, produtos contrabandeados e "miguelitos".
Esse artefato é usado principalmente em roubos a bancos e ataques a carros fortes. Durante a fuga, os criminosos espalham os pregos retorcidos em ruas e rodovias para dificultar a perseguição. Após penetrar a borracha, os "miguelitos" rasgam os pneus, deixando viaturas da polícia fora de combate.
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