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Para evitar tiros, escola da Maré, no Rio, instala 'aviso' no teto

Reprodução/Twitter/@renatasouzario
Imagem: Reprodução/Twitter/@renatasouzario

Fernanda Nunes

No Rio

11/05/2019 12h34

A artista plástica Yvonne Bezerra de Mello recorreu a uma placa instalada no teto da casa onde dirige o projeto Uerê, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio, para tentar evitar que alunos e funcionários sejam baleados durante operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. "Escola. Não atire", traz a placa, instalada num dia de confronto na comunidade, que terminou com saldo de oito mortos.

Mello quer evitar que atiradores de elite, em helicópteros, atinjam a casa do projeto Uerê, como já aconteceu no passado. "Por essas e outras que coloquei no teto e na fachada do Uerê para ver se não nos matam em dias de confronto. Uma vez um helicóptero metralhou a escola. A que ponto chegamos!", afirmou ela em sua página no Facebook.

O Uerê é uma ONG surgida na década de 1990 para atender crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem relacionados a traumas provocados pela violência. Sua fundadora ficou conhecida após a Chacina da Candelária, em 1993, por conta do seu trabalho de acompanhamento de sobreviventes.

Nos últimos dias, ela vem recorrendo às redes sociais para protestar contra a atuação de atiradores de elite (snipers) durante a gestão do governador Wilson Witzel. "Atirar com snipers dentro de comunidades densamente povoadas é contra a lei. Um fato me chamou a atenção. Os helicópteros só atiram em comunidades de comandos de facções, mas nunca em comunidades dominadas pelas milícias", afirmou.