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Casal é preso suspeito de manter mulher em cativeiro durante 20 anos em SP

Écio Pilli Júnior e Marina Okido foram presos acusados de manter uma mulher em cativeiro durante ao menos 20 anos - Divulgação/Polícia Civil
Écio Pilli Júnior e Marina Okido foram presos acusados de manter uma mulher em cativeiro durante ao menos 20 anos Imagem: Divulgação/Polícia Civil

José Maria Tomazela

Em Sorocaba

25/06/2019 12h24

Um casal foi preso no fim da noite de ontem em Vinhedo, no interior de São Paulo, após ser acusado de manter uma mulher, agora idosa, em cativeiro durante ao menos 20 anos, segundo a Polícia Civil.

A vítima, Iva da Silva de Souza, de 63 anos, trabalhava como cuidadora sem receber pagamento e era mantida isolada em dois cômodos, na casa dos suspeitos, no bairro João XXIII, sem poder fazer contato com outras pessoas.

A família dela, da cidade de Colorado, no Paraná, havia dado queixa à polícia em razão do seu desaparecimento, no fim da década de 90, mas a mulher nunca foi encontrada.

Conforme a polícia, Écio Pilli Júnior, de 47 anos, e Marina Okido, de 65 anos, usaram os documentos da vítima para abrir conta em banco e emitiam cheques sem fundos em nome dela. Os golpes no comércio levaram a Polícia Militar à casa dos suspeitos de estelionato.

Quando os policiais abordaram o casal, a vítima pediu ajuda. O casal tentou disfarçar a situação, que pareceu estranha aos policiais. A vítima foi levada à delegacia da Polícia Civil e contou que era obrigada a cuidar da mãe de Marina, uma idosa de 88 anos, em troca apenas de alimentação.

A vítima contou ter sido trazida ainda jovem do Paraná pelos pais de Marina para trabalhar como doméstica deles, mas depois passou a ser empregada do casal. Além de cuidar da mãe de Marina, desde que esta se tornou idosa, ela também fazia as tarefas de casa e acabou submetida à situação análoga à de escravidão.

Ela contou que, por várias vezes, foi agredida pelo casal e impedida de sair de casa. Iva não podia se comunicar com a família por carta ou telefone. Os dois retiveram seus documentos pessoais e os usavam para aplicar golpes no comércio.

O casal foi indiciado em inquéritos por estelionato, tortura e cárcere privado. A vítima foi encaminhada para um abrigo municipal. A polícia tenta contatar os familiares dela no Paraná.

A investigação também vai apurar se outras pessoas sabiam da situação da vítima e acobertaram o caso. A mãe de Marina, que era cuidada por Iva, foi encontrada debilitada e doente. Ela foi encaminhada para a Santa Casa de Vinhedo e permanecia internada na manhã de hoje.