Maia: ação da PF no gabinete de Bezerra no Senado pode ter sido exagero
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a ação da Polícia Federal de busca e apreensão no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), na semana passada, pode ter sido um exagero.
"Tem algumas interpretações. Eu acho que algumas ações foram exageradas. Entrar na liderança do governo de alguém que não era líder do governo à época dos assuntos citados pelos delatores, talvez tenha sido um excesso", diz Maia.
Bezerra colocou o cargo à disposição na semana passada, após ter se tornado alvo de uma ação da PF, que vasculhou dois gabinetes do emedebista em uma investigação sobre suspeitas de que ele e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), receberam R$ 5,5 milhões em propinas.
Nesta terça-feira, 24, o Senado protocolou uma ação no Supremo pedindo a suspensão da decisão do ministro Luís Roberto Barroso que autorizou a operação.
Maia diz que respeita a decisão do Senado. "Nós vamos respeitar sempre a posição do Senado. Nós já fomos ao Supremo em alguns outros casos", afirma. "Estamos avaliando qual será o melhor caminho no caso do deputado Fernando Coelho, achamos que foi uma ação desnecessária, mas nós respeitamos porque há jurisprudência para o que o Supremo possa decidir a entrada dentro do parlamento", afirma Maia.
A insatisfação do Senado com a ação da PF pode incentivar a derrubada dos vetos de Bolsonaro ao projeto que criminaliza o abuso de autoridade, segundo parlamentares.
Em relação a esses vetos, Maia diz que a Câmara tem uma maioria consolidada para derrubar a boa parte deles. "Vamos depender do Senado que vota primeiro, acho que o que o Senado votar a Câmara ratifica a posição", afirma.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), convocou para hoje uma sessão do Congresso com o objetivo de analisar os vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei que pune o abuso de autoridade. A estratégia foi planejada para que os senadores também votem um projeto referente à abertura de crédito suplementar de R$ 3,042 bilhões no Orçamento.
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