Justiça põe Eduardo Paes no banco dos réus por fraude nas Olimpíadas do Rio
De acordo com a Procuradoria, a licitação para as obras olímpicas foi conduzida pela RioUrbe no valor de R$ 647 milhões em verbas federais enviadas pelo extinto Ministério do Esporte. O dinheiro teria sido direcionado para favorecer a Construtora Queiroz Galvão (CQG), mesmo diante do fato da empreiteira não ter atestação técnica para a construção de arenas multiuso.
Denúncia
Para contornar o empecilho, Paes teria convocado o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, para uma reunião no Palácio da Cidade com objetivo de articular um consórcio de fachada entre a OAS e a Queiroz Galvão para que a empreiteira conseguisse pegar 'emprestado' a atestação técnica para conduzir a obra.
De acordo com o Ministério Público Federal, apesar de integrar o consórcio das obras do Complexo de Deodoro, a OAS não teve nenhuma participação na construção das arenas, tendo seu nome sido usado apenas para viabilizar a licitação para a Queiroz Galvão.
Os procuradores acusam que R$ 120 milhões teriam sido pagos à Queiroz Galvão por serviços de terraplenagem que nunca foram executados no local, segundo auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU). O órgão aponta que apenas uma 'quantidade insignificante' de aterro foi transportada para o bota-fora da obra, em Duque de Caxias (RJ), quando se esperava mais de dois milhões de toneladas descartadas.
Além de Paes, a Justiça colocou no banco dos réus os diretores e engenheiros da Queiroz Galvão ligados à obra e à emissão de notas fiscais falsas, o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, e os dirigentes e fiscais da RioUrbe.
A reportagem busca contato com o ex-prefeito do Rio. Também entrou em contato, por e-mail, com a empreiteira OAS, com a Construtora Queiroz Galvão e com a RioUrbe, e aguarda resposta.
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