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PF prende ex-secretário de Esportes do DF por vender respirador defeituoso

Respirador pulmonar para auxiliar doentes de covid-19, doença provocada pelo coronavírus - Stephane Mahe/ Reuters
Respirador pulmonar para auxiliar doentes de covid-19, doença provocada pelo coronavírus Imagem: Stephane Mahe/ Reuters

Fausto Macedo e Rayssa Motta

São Paulo

14/05/2020 07h53

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem, em Brasília, o ex-secretário de Esporte do Distrito Federal André Felipe de Oliveira. Ele ocupou o cargo durante o governo de José Roberto Arruda e é suspeito de participação em um esquema de venda de respiradores com defeito ao governo do Pará. Um segundo empresário acusado de participação no crime está foragido.

Os dois eram representantes da empresa que recebeu R$ 25 milhões do Estado para aquisição de 200 respiradores da marca Aeonmed, fabricados na China. Além dos mandados de prisão temporária, os agentes cumpriram pedidos de busca e apreensão em cinco endereços ligados à empresa SKN do Brasil, que vendeu os respiradores defeituosos ao governo paraense, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Os pedidos de prisão temporária partiram do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) e foram autorizados pelo juiz federal Rubens Rollo D'Oliveira, da 3º Vara Criminal Federal em Belém. Segundo informou o MPF, os técnicos do governo do Pará emitiram um relatório que mostra que "além de não servirem para o uso em UTIs, os ventiladores pulmonares colocariam em risco real os pacientes, por não possuírem alarmes que indicassem interrupção do funcionamento nem baterias internas para manter a respiração artificial em caso de queda de energia".

Os profissionais responsáveis pela análise dos respiradores teriam informado ainda que os equipamentos poderiam se tornar vetores de infecções, por não permitirem a limpeza e esterilização de fluidos corporais e gases expirados.

Para o MPF e o MP-PA, os prováveis crimes ocorridos no Pará têm relação visível com os que ocorreram no Rio de Janeiro, onde também houve a venda de equipamentos defeituosos ao Estado, o que pode indicar a existência de um esquema nacional para fraudar a compra dos equipamentos para ajudar no tratamento de pacientes de covid-19.

Defesas

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos acusados. O espaço está aberto para manifestações de defesa