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Bolsonaro é antagonista da ciência e da medicina, diz Doria

BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Cícero Cotrim e Maria Regina Silva

São Paulo

18/05/2020 08h33

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a criticar o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é contra as medidas de distanciamento social para contenção do coronavírus. Em entrevista à rádio CBN, o tucano afirmou que só há possibilidade de retomar um diálogo com a Presidência da República caso o presidente mude sua posição.

"A divergência dele não é apenas com governadores, com prefeitos, com o Congresso. A objeção do presidente Bolsonaro infelizmente é com a ciência, a saúde, a orientação médica. Se ele mudar de posição e começar a seguir o que defendiam seus ministros da saúde, pode haver diálogo", afirmou Doria.

O tucano também criticou a Medida Provisória (MP) editada pelo governo federal na última quinta-feira (14), que isenta os agentes públicos de responsabilidades no combate à pandemia de coronavírus. "É um absurdo completo, aliás feita sob medida para o próprio Bolsonaro e para sua família, com um mandato de isenção tendo um comportamento ruim. O Congresso não vai aprovar isso, tenho certeza", afirmou.

Doria ainda chamou de "absurdo" o atraso do auxílio a Estados e municípios. "São recursos para financiar a saúde. Diante de uma pandemia que já matou tantos brasileiros, era de se esperar que o governo federal acelerasse a liberação dos recursos, mas Bolsonaro atrasa isso para fazer uma negociação política. É incompreensível essa visão dele", finalizou o governador tucano.