Covid: estudo alemão estima que uso de máscaras pode reduzir contaminações em 40%
Os cientistas relatam que a taxa de novas contaminações diminuiu a quase zero em Jena nos primeiros dias após a cidade tornar o uso de máscaras obrigatório, indicando um "efeito positivo" relacionado à medida. Para se certificar de que a redução dos casos diários ocorreu por conta das máscaras faciais, os pesquisadores criaram uma Jena fictícia para tentar estimar como teria sido a evolução da covid-19 no cidade caso a determinação não fosse aplicada. O município fictício teria as mesmas características de Jena, como sua densidade populacional regional, idade média da população, proporção de idosos e média do número de médicos e farmácias por habitantes.
"Vinte dias depois da introdução da obrigatoriedade de máscaras em Jena, o número acumulado de novos casos de covid-19 cresceu 'apenas' de 142 para 158. Na Jena sintética, o número aumentou de 143 para 205. Isso corresponde a uma redução de 23% do número de casos", destacou a equipe de cientistas. Em relação à quantidade de novos casos neste período, a redução estimada pelo grupo é de 40%.
Para confirmar se o caso de Jena pode ser projetado a outras cidades de maior ou menor porte, os cientistas avaliaram as estatísticas de todos os municípios alemães que adotaram a obrigatoriedade de máscaras antes do dia 27 de abril, criando também para eles cidades "sintéticas", de forma a estimar se haveria, ou não, aumento significativo das infecções.
Os resultados coletados pelos cientistas mostraram uma redução do número de novos casos em três cidades e um distrito da Alemanha que adotaram a medida no dia 22 de abril. O período analisado para estas regiões foi de dez dias após a determinação.
"Em suma, a introdução da obrigatoriedade do uso de máscaras conteve a disseminação da covid-19 na Alemanha. Este resultado concorda com as descobertas de epidemiologistas e virologistas que explicam que as proteções faciais limitam a circulação de ar ao falar, reduzindo, assim, a transmissão de doenças infecciosas", concluem os cientistas.
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