Doria critica declaração pessimista da OMS sobre vacina contra coronavírus
Diante da declaração do chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, de que 'talvez nunca exista' uma vacina contra a covid-19, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que "é preciso ter um pouco de otimismo realista".
De acordo com a OMS, há 164 vacinas em desenvolvimento: 25 estão em fase clínica e 139 em pré-clínica. Uma delas é a Coronavac, que está em fase de testes em humanos no Brasil e é uma parceria do Instituto Butantã com a empresa chinesa Sinovac Biotech.
Voluntários do Hospital da Clínicas, Instituto Emílio Ribas, Hospital das Clínicas da Faculdade de Ribeirão Preto da USP, Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já participam dos testes. Ao todo, nove mil voluntários, somente profissionais de saúde, vão receber a vacina em 11 centros de pesquisa.
Em entrevista à rádio Bandeirantes, Doria afirmou que o protocolo de aplicação da vacina contra o novo coronavírus deverá seguir as mesmas regras de aplicação já adotadas na imunização contra a gripe. Segundo ele, receberão primeiro as doses do imunizante pessoas no grupo de risco. Na sequência, receberão profissionais da saúde, forças policiais e, por fim, a população em geral.
Segundo o governador, a produção da vacina pelo instituto deverá começar a partir de novembro, com o acréscimo de um ou dois meses no prazo caso ocorra alguma intercorrência com o desenvolvimento.
"Toda vacina, contra o coronavírus ou qualquer outra, quando chega na terceira fase já chega em condições de viabilidade técnica e científica de aprovação. Se não, nem passaria da segunda fase", disse, além de reforçar que a vacina será produzida no Brasil.
"Não vamos depender de uma circunstância que alguém, ainda que de forma insana, intercepte carga aérea em algum ponto do planeta" afirmou Doria.
"Tivemos essa experiência real quando respiradores importados da China foram interceptados no aeroporto de Nova York e lá ficaram, 335 respiradores não vieram para o Brasil porque mister Trump estabeleceu modus operandi e confiscou respiradores [que viriam] ao Brasil e outros países", explicou.
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