Frente Parlamentar da Educação pede prioridade de vacina para professores
"A pauta de prioridades apresentada pelo presidente da República nos frustrou um pouco. A grande prioridade tem de ser a volta às aulas", afirma Batista. A Frente tem 301 deputados e 38 senadores. "O 'homeschooling' atinge sete ou oito mil famílias e temos cerca de 48 milhões de alunos (da educação básica) no País." Segundo ele, pautas como formação docente, ensino híbrido e a construção do Sistema Nacional de Educação - que estabelece normas para a cooperação entre União, Estados e municípios - são mais urgentes.
Para Batista, o Legislativo tem assumido protagonismo em debates do setor, sobretudo na votação em 2020 do Fundeb, principal fundo para o financiamento do ensino básico do País, que teve pouco envolvimento da gestão Bolsonaro. "Temos trabalhado desde o início para evitar que o Congresso fique só na discussão ideológica", diz o deputado.
Sobre a vacinação de professores, o Ministério da Saúde coloca a categoria no grupo quatro de prioridades, após idosos, profissionais de saúde, indígenas e pessoas com doenças crônicas. Ainda não há data para aplicar doses em profissionais do ensino. "Seria importante colocar os professores no grupo 2, dada a emergência para a reabertura das escolas", defende Batista. Nas contas do governo federal, são 2,3 milhões de docentes do ensino básico e superior.
A imunização da categoria tem sido defendida por gestores, como forma de ampliar a retomada das aulas presenciais. Entre os que já defenderam a prioridade aos profissionais do setor, estão os prefeitos de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e do Recife, João Campos (PSB).
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), prometeu esta semana acionar o Supremo Tribunal Federal para antecipar a aplicação de doses em docentes. O número limitado de doses, porém, é um entrave para acelerar a campanha nacional.
Especialistas em Educação reivindicam a prioridade dos professores na fila de vacinação, mas dizem que a aplicação de doses não deve ser uma condição para a volta às aulas. Entre os argumentos de médicos e educadores para a volta às escolas estão evidências científicas sobre a segurança do retorno com protocolos sanitários e o baixo risco de infecção entre os mais novos. Uma parte dos especialistas em saúde, porém, está preocupada com a reabertura de colégios em meio à alta de infecções e o avanço de mutações do vírus.
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