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Rio confirma caso de variante britânica e investiga infectados por cepa do AM

Pessoas aproveitam praia no Rio de Janeiro, apesar de proibição durante a pandemia de covid-19 - Ricardo Moraes
Pessoas aproveitam praia no Rio de Janeiro, apesar de proibição durante a pandemia de covid-19 Imagem: Ricardo Moraes

Vinicius Neder

17/02/2021 13h12Atualizada em 17/02/2021 14h56

Rio - Um dia após o Ministério da Saúde anunciar que foi notificado, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sobre a identificação de mais três casos da variante P.1 do novo coronavírus na capital fluminense, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio informou nesta quarta-feira (17) que ainda não é possível determinar se as transmissões ocorrem localmente ou se foram importadas de outros Estados.

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves, a expectativa é que a investigação epidemiológica, com rastreamento da transmissão, seja concluída até sexta-feira (19).

"Não é possível dizer (ainda) se esses casos são autóctones ou importados", afirmou o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Mário Sergio Ribeiro.

Chaves e técnicos da SES deram entrevista coletiva ao lado do secretário municipal da Saúde, Daniel Soranz, após o Ministério da Saúde informar sobre os novos casos da variante P.1 na noite de terça-feira. A variante P.1 foi encontrada inicialmente em Manaus (AM) e pode ser mais transmissível que o novo coronavírus original. Com os três novos casos identificados no Rio, são 173, pelo menos, em todo o País, conforme balanço divulgado pelo ministério na noite de terça-feira.

Tanto Chaves, secretário estadual, quanto Soranz, secretário municipal, apontaram falta de coordenação com o ministério no acompanhamento dos casos causados pelas novas variantes - além da P.1, surgida em Manaus, as autoridades de saúde monitoram variantes oriundas do Reino Unido e da África do Sul.

O Ministério da Saúde anunciou as notificações somente após, mais cedo na terça-feira, a Fiocruz confirmar a identificação dos casos. Um deles foi noticiado inicialmente pelo "RJTV", da TV Globo.

"O que mais lamento é que eu e Daniel (Soranz) recebemos a notícia via TV. Não sabíamos disso", afirmou Chaves, o secretário estadual. "Isso é lamentável. Não nos furtamos, em nenhum momento, de sermos notificados. Seria mais elegante uma nota técnica assinada pela Fiocruz e pelos secretários", completou o secretário.

Conforme apresentação de técnicos da SES, até agora, foram identificados cinco casos de variantes do novo coronavírus que merecem atenção. Quatro casos são da P.1, de Manaus. Um caso é da variante B.1.1.7, identificada originalmente no Reino Unido. Segundo a SES, todos os casos da P.1 foram notificados na terça-feira.

Só que um balanço nacional do Ministério da Saúde, de sexta-feira passada, 12, já registrava um caso da P.1 no Rio. O balanço apontava a presença da variante P.1 em dez Estados, com 170 casos: Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Piauí, Rio, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Na noite de terça, o ministério atualizou o balanço para 173 casos, para incluir as três novas notificações do Rio.

Questionados nesta quarta-feira, os técnicos da SES disseram desconhecer alguma notificação anterior à terça-feira. Chaves viu aí mais um sinal de descoordenação com o ministério.

"Não temos notificação nenhuma do Ministério da Saúde sobre esse caso (que estava no balanço de sexta-feira). Vou perguntar quem é esse paciente", afirmou o secretário estadual, ao ser questionado pelo Estadão. "Se você está sabendo e eu não estou sabendo, há uma descoordenação", completou Chaves.

Tanto Chaves quanto o secretário municipal, Soranz, afirmaram na entrevista coletiva que ainda é cedo para adotar medidas de maior restrição ao contato social, como "lockdowns", por causa da identificação de novos casos de variantes do novo coronavírus. Segundo os secretários, ainda é preciso verificar efeitos nos números da pandemia. Soranz frisou que, na capital fluminense, embora o número de casos venha aumentando, óbitos e internações estão em queda.