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'Quem não foi aliado do vírus não deve ter nenhuma preocupação', diz Renan

Fala de Renan foi resposta a uma pergunta a respeito da nota divulgada pelo Clube Militar, com críticas ao STF, que determinou a abertura da comissão - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Fala de Renan foi resposta a uma pergunta a respeito da nota divulgada pelo Clube Militar, com críticas ao STF, que determinou a abertura da comissão Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Anne Warth e Daniel Weterman

Em Brasília

30/04/2021 07h59

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse na noite de ontem que os militares não devem temer os trabalhos da comissão. "Só devem ter preocupação os aliados do vírus. Quem não foi aliado do vírus não deve ter nenhuma preocupação", afirmou.

Mais cedo, em uma derrota à ala governista, a CPI aprovou a convocação de ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro (sem partido), entre eles o general Eduardo Pazuello, e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga. Todos devem ser ouvidos pelo colegiado na semana que vem. Os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também foram convocados.

A fala de Renan foi uma resposta a uma pergunta a respeito da nota divulgada pelo Clube Militar, com críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou a abertura da comissão, e à composição do grupo, formado em sua maioria por críticos do governo.

Renan disse ainda que os ex-ministros foram convocados não como investigados, mas para testemunhar e colaborar com os trabalhos da CPI. "Nós não vamos investigar os militares, essa narrativa do governo está completamente errada, equivocada, e objetiva apenas uma propaganda", disse Renan, em entrevista coletiva. "Ontem, deixei claro, e todos os membros da CPI também, que nós não vamos investigar instituições ou pessoas, mas sim conferir fatos. Esse é o papel da CPI."

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse acreditar na lealdade das Forças Armadas à democracia. "Isso é irreversível no País desde a redemocratização. Não tem nenhum interesse, e não terá, não está sob análise ou investigação o Exército brasileiro ou as instituições militares", disse. "Estão sob investigação aqueles que foram responsáveis por ações e omissões que nos levaram à tragédia de ser o segundo País do planeta com o maior número de mortes", acrescentou.