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Covid: Bolsonaro diz que relatório do TCU aponta número inflado de mortes

Ministros do TCU negam a existência de um relatório da Corte que coloca dúvida sobre 50% dos registros de morte por covid no país - Reprodução/YouTube
Ministros do TCU negam a existência de um relatório da Corte que coloca dúvida sobre 50% dos registros de morte por covid no país Imagem: Reprodução/YouTube

Lauriberto Pompeu

Brasília

07/06/2021 16h02Atualizada em 09/06/2021 12h02

O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta segunda-feira (7) que um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) aponta que cerca de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid. O Estadão apurou que o TCU prepara uma nota sobre o assunto para negar a conclusão citada por Bolsonaro.

"O relatório final, que não é conclusivo, disse que em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União", afirmou Bolsonaro a apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada.

"Esse relatório saiu há alguns dias. Logicamente que a imprensa não vai divulgar. Já passei para três jornalistas com quem eu converso e devo divulgar hoje à tarde. Está muito bem fundamentado, todo mundo vai entender, só jornalista não vai entender", completou o presidente.

Ministros do TCU negam a existência de um relatório da Corte que coloca dúvida sobre 50% dos registros de morte por covid no país.

O Brasil tem mais de 470 mil mortos por coronavírus. Desde o início da pandemia, Bolsonaro e aliados agem para minimizar o número de vidas perdidas em decorrência de covid-19. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo, chegou a compartilhar nas redes sociais, em maio de 2020, notícias falsas de que o governo do Ceará estaria sepultando caixões vazios para inflar o número de vítimas da doença.

Na semana passada, ao justificar a realização da Copa América no Brasil, durante a pandemia, Bolsonaro novamente criticou as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos. "Lamento as mortes, mas nós temos de viver. Se é para todo mundo ficar em casa, vamos determinar que é para o homem do campo ficar em casa também. Quero ver do que a cidade vai sobreviver", afirmou ele.

Em pronunciamento veiculado em rede nacional de rádio e TV, na quarta-feira (2), Bolsonaro também exaltou a vacinação contra o vírus e comemorou a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar o imunizante da AstraZeneca por conta própria.

Na ocasião, o grupo de sete senadores independentes e de oposição na CPI da Covid, conhecido como G7, divulgou nota para criticar o pronunciamento do presidente. "A inflexão do presidente da República celebrando vacinas contra a covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso", escreveram os senadores.