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Eleições 2022: Não acredito em pesquisa eleitoral, diz Bolsonaro

O voto auditável tem sido uma promessa do chefe do Executivo - Adriano Machado/Reuters
O voto auditável tem sido uma promessa do chefe do Executivo Imagem: Adriano Machado/Reuters

Gustavo Côrtes e Matheus de Souza

Em Brasília e em São Paulo

25/06/2021 12h24Atualizada em 25/06/2021 13h11

Após pesquisa eleitoral mostrar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderia perder em primeiro turno a eleição do ano que vem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo voltou a afirmar que não acredita em pesquisas eleitorais e cobrou novamente a implementação do voto impresso no pleito de 2022.

"Eu não acredito em pesquisa eleitoral. Em 2018, o Datafolha disse que eu não iria para o segundo turno e que, se eu fosse, não ganharia de ninguém. Por isso que nós queremos o voto auditável", disse o presidente em entrevista coletiva hoje.

Na noite de ontem, pesquisa Ipec mostrou Lula, neste momento, como favorito para a próxima disputa pelo Palácio do Planalto, com 49% das intenções de voto.

Segundo os dados, Lula tem mais que o dobro da taxa do presidente Jair Bolsonaro (23%). Com esse desempenho, e se as eleições fossem hoje, o petista venceria no primeiro turno.

O presidente, que repetidamente coloca em xeque a segurança das urnas eletrônicas, e com os resultados negativos da pesquisa, fez novos ataques a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) por fazerem "militância contra o voto impresso" e questionou: "Tiraram o Lula da cadeia, tornaram elegível, para quê? Para elegê-lo presidente na fraude?".

O voto auditável tem sido uma promessa do chefe do Executivo, e já vem sendo usada por Bolsonaro para questionar possíveis resultados que o desfavoreçam nas próximas eleições.

A demanda por votos auditáveis do presidente veio acompanhada por críticas ao ministro do STF Luís Roberto Barroso, conhecido pela defesa da segurança das urnas eletrônicas. Bolsonaro o acusou de mentir sobre o funcionamento do sistema de votos impressos.

O ministro afirmou que o "voto em papel é retrocesso", o que o presidente contra argumentou dizendo que não seria a volta de um "voto em papel", mas sim a impressão de um comprovante que seria depositado na urna após o voto.

Ainda sem um partido para poder concorrer ao pleito do ano que vem, o presidente não descartou sua filiação ao Patriota, mesmo com a resistência interna no partido para sua entrada, se limitando a declarar que ainda está negociando com a sigla.

De acordo com o presidente, ele procura um partido que "realmente" o "atenda", voltando a comparar sua filiação com um casamento. "Tem que atender os interesses, ver se dá pra viver em comunhão a vida toda. É o que eu pretendo fazer", disse.