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Kassab defende Rodrigo Pacheco como terceira via para Presidência em 2022

Gilberto Kassab defendeu a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Gilberto Kassab defendeu a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Circe Bonatelli

23/08/2021 16h49

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, lançou o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), como potencial candidato à Presidência da República nas eleições de 2022. Na visão de Kassab, Pacheco tem as credenciais necessárias para se tornar a terceira via na disputa que está polarizada entre Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"As pesquisas indicam que para a terceira via é preciso alguém com esse perfil mais moderado. Acho que a pessoa que melhor atende esse perfil é o Rodrigo Pacheco", disse Kassab há pouco, durante uma debate sobre as tendências para 2022 promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). "Acredito que Pacheco tem talento, experiência e espírito de renovação", emendou.

Questionado sobre o fato de Pacheco não ser uma pessoa tão conhecida da maior parte da população, Kassab disse não ver isso como um problema. Pelo contrário. O fato de ser um nome menos popular até ajuda para se posicionar como um político de centro. Na visão do líder partidário, Pacheco tem tempo suficiente para lançar a candidatura oficialmente só em 2022 e, em poucos dias, se tornar conhecido por meio de um forte trabalho de divulgação nas redes sociais.

Kassab ponderou que o principal cenário ainda é de um segundo turno entre Bolsonaro e Lula. "Isso está muito claro. Não há dúvidas". Ainda assim, afirmou que irá trabalhar em prol de uma terceira via considerando o fato de que Bolsonaro tem perdido a aprovação dos eleitores, conforme mostraram as pesquisas mais recentes.

"Pela queda contínua do Bolsonaro e pela estabilidade do Lula, acredito que podemos ocupar o lugar do Bolsonaro no segundo turno. E Bolsonaro perde para todos os candidatos no segundo turno, enquanto o Lula só ganha do Bolsonaro. Portanto, tendo oportunidade de chegar ao segundo turno, essa terceira via ganha do Lula", analisou.

Kassab acrescentou que Pacheco ainda não é um pré-candidato, pois não aceitou o convite para concorrer. "Ele está avaliando". Conforme revelou a Coluna do Estadão no dia 18, Pacheco e Kassab se reuniram dias atrás, em um jantar que selou a ida do senador do DEM para o PSD. Nos bastidores, a avaliação é de que Pacheco lucrou politicamente com a crise do voto impresso no Congresso e com a defesa enfática das instituições diante das ameaças bolsonaristas contra ministros do Supremo - o que lhe renderia a imagem de moderado.

Se a possível candidatura de Pacheco a presidente for bem sucedida, o PSD pode se tornar a mais estruturada força de centro do País, como mostrou a Coluna. Além das conversas com o presidente do Senado, o PSD já tem candidatos a governador em 15 Estados.

No debate de hoje, Kassab contou que Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) já lhe afirmaram que "não vão retirar suas candidaturas por nada". Mas, na visão de Kassab, ambos devem ter dificuldades de atingir o patamar de 25% dos votos válidos para chegar ao segundo turno.

Empresários

Prefeito de São Paulo entre 2006 e 2012 e ex-ministro de Estado, Kassab tem muita proximidade do Secovi-SP, de quem recebeu o convite para participar do debate sobre o futuro do País em ano eleitoral.

O presidente do sindicato empresarial, Basílio Jafet, não escondeu sua desaprovação a uma corrida eleitoral dividida entre Bolsonaro e Lula. "O sonho de boa parte dos brasileiros é que tenha uma terceira via e viável", disse Jafet, durante o debate de hoje.

O presidente do Secovi-SP disse temer que o Brasil acabe com uma população dividida como no Peru, onde a corrida presidencial também foi bastante polarizada entre direita e esquerda. "O brasileiro é moderado, não expressa radicalismos".

Também presente no evento, o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, lamentou pelo que considerou "falta de patriotismo". "Isso só se consegue se tivermos um líder de verdade", frisou França, acrescentando ser necessária uma mudança no País para o povo "voltar a ter orgulho" de ser brasileiro.