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Alckmin não descarta ser vice de Lula e se diz 'honrado' por ser lembrado

Geraldo Alckmin e Lula em inauguracao da fábrica em Palmital (SP), em 2014 - Zanone Fraissat/FOLHAPRESS
Geraldo Alckmin e Lula em inauguracao da fábrica em Palmital (SP), em 2014 Imagem: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS

Bruno Luiz

Do Estadão Conteúdo

12/11/2021 21h43

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) não afastou a possibilidade de ser vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Presidência da República em 2022 e afirmou não ter "diferenças intransponíveis" com o petista.

Adversário histórico do PT, tendo disputado eleição contra o próprio Lula, Alckmin tem sido cortejado pelo partido para formar uma dupla com o ex-presidente nas urnas. Questionado nesta sexta-feira, 12, sobre o andamento das negociações, o quase ex-tucano afirmou "ficar muito honrado" por ser lembrado.

"Já disseram que eu vou ser candidato ao Senado, a governador, a vice-presidente. Vamos ouvir. Fico muito honrado da lembrança do meu nome", afirmou a jornalistas após participar com o presidenciável Ciro Gomes (PDT) de uma gravação do reality "O Político", criado pelo ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB).

Alckmin também destacou que Lula tem apreço pela democracia e que é o momento de amadurecer conversas.

"A política precisa ser feita com civilidade. É preciso resgatar a boa política. Tem que ser feita com quem tem apreço com a democracia. [...] Mas é claro que [Lula] tem [apreço pela democracia], não só ele. É óbvio", afirmou.

De saída do PSDB, do qual é filiado histórico, Alckmin negocia ingresso no PSD e no PSB, partido pelo qual seria vice de Lula. Conforme mostrou o Estadão, o ex-governador também dialoga com o União Brasil, sigla resultado da fusão entre PSL e DEM. Apesar das conversas sobre a aliança até pouco tempo improvável, o ainda tucano pavimenta a ideia de concorrer ao governo do Estado novamente no próximo ano. Em tom de mistério sobre seu futuro político, ele disse que a decisão será tomada e anunciada em breve.

"Em relação às candidaturas, a decisão não é agora. A eleição não é no mês que vem. É em outubro do ano que vem, aí a gente vai chamar vocês e vamos dar os novos caminhos. Não vai demorar muito, não", disse.

Na semana passada, o ex-governador veio às redes sociais para falar sobre os rumores que circulavam em relação à aliança com Lula. "Muitas especulações têm surgido nos últimos dias. Sigo percorrendo São Paulo e pensando nos problemas da nossa gente", escreveu.

Ao fim da gravação do reality, França reforçou o convite para que Alckmin ingresse no PSB e se mostrou favorável a uma dobradinha do ex-governador com Lula.

"Eu quero ser candidato a governador de São Paulo. O que for melhor para isso, eu vou trabalhar para acontecer", afirmou França.

Em São Paulo, o PSB tenta convencer o PT a abrir mão da candidatura de Haddad ao governo paulista para apoiar a de França. O movimento, caso receba anuência dos petistas, facilitaria uma aliança nacional entre as siglas para 2022.