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Investigação contra Jair Renan receberá provas de inquérito das milícias digitais

Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro, em evento em Brasília - Ueslei Marcelino/Reuters
Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro, em evento em Brasília Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Pepita Ortega e Luiz Vassallo

São Paulo

07/12/2021 19h30

A delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, presidente de outras apurações sensíveis ao Palácio do Planalto, recebeu um pedido de compartilhamento de informações que constam no inquérito das milícias digitais para abastecer a investigação contra o filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, por suposto tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Em ofício enviado à Denisse em outubro, o Setor de Inteligência Policial da PF no Distrito Federal registrou que diligências em andamento no inquérito que mira Jair Renan indicam a 'associação estável' entre o filho 04 de Bolsonaro e outros investigados 'no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade'.

"O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários", diz ainda o documento.

Os investigadores querem analisar vínculos entre os alvos da apuração que mira Jair Renan e os investigados no inquérito das milícias digitais, em especial uma possível ligação entre o filho 04 do presidente, o bolsonarista Oswaldo Eustáquio e Allan Lucena, apontado como sócio de Jair Renan.

A Polícia Federal aponta que, durante a Operação Lume - ofensiva aberta no bojo do inquérito dos atos antidemocráticos, que antecedeu o das milícias digitais - foi identificada uma conversa entre Oswaldo Eustáquio e um contato salvo em sua agenda como 'Allan Lucena Stf'. À época, ele ocupava o cargo de gerente da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer do Distrito Federal.