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'Zebra da história', diz deputado que tem mesma intenção de voto que Doria

André Janones (Avante) é um fenômeno nas redes sociais: no Facebook, são 8 milhões de seguidores - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
André Janones (Avante) é um fenômeno nas redes sociais: no Facebook, são 8 milhões de seguidores Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Lauriberto Pompeu

Brasília

18/12/2021 17h00Atualizada em 18/12/2021 18h48

Eleito para o primeiro mandato em 2018 como o terceiro deputado federal mais votado em Minas, André Janones (Avante) apareceu pela primeira vez em uma pesquisa eleitoral do Ipec (substituto do Ibope) nesta semana com 2% das intenções de votos para a Presidência — mesma porcentagem alcançada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

O pré-candidato do Avante se tornou um fenômeno nas redes sociais com lives sobre auxílio emergencial e acumula números comparados aos de celebridades. Só no Facebook (seu canal preferido) são 8 milhões de seguidores.

No ano passado, uma transmissão ao vivo de Janones foi o vídeo mais comentado do mundo ocidental. Ele compara sua estratégia de campanha à de Jair Bolsonaro (PL), em 2018. "A gente é a zebra da história", disse o parlamentar.

Qual a sua principal proposta de campanha?

A propositura da nossa eleição é algo que nasceu agora. Não tenho nenhum problema em admitir: não tinha propostas. A minha principal força é nas redes sociais. Quem acessa, fala direto, 40 milhões de usuários únicos por mês, esse é o número de engajamento que eu tenho nas minhas redes.

O senhor se considera como terceira via?

Eu não enxergo terceira via em nenhuma das candidaturas que estão sendo colocadas. O que eu vejo daquelas ditas terceiras vias são mais do mesmo. Quando a gente fala em terceira via, a gente fala em algo de fato diferente do ponto de vista estrutural, programático, na questão de incluir toda a população brasileira no debate político. Não vejo isso.

O que o diferencia dos outros nomes que disputam o eleitorado que não é Lula nem Bolsonaro?

Hoje eu consigo dialogar com um público que está deixado de fora, está excluído do debate político, que é a base da pirâmide, a camada mais pobre da população. Pobre não só no sentido financeiro, mas no sentido de informação.

Qual é o principal problema hoje do País?

São vários, mas a fonte de todos é a desigualdade social.

Como pretende furar a concorrência na disputa?

Eu só tenho alguma chance por não ter estrutura. Se eu tivesse estrutura estaria fora, porque o povo já percebeu que essas estruturas saem do bolso dele, que essa estrutura é para enganá-los. Por isso que Bolsonaro ganhou em 2018, porque não usou essa estrutura. O [então candidato do MDB] Henrique Meirelles tinha milhões para gastar, tinha o presidente da República apoiando e perdeu feio. É o que vai acontecer no ano de 2022. Sou ciente de que a gente é a zebra da história. Por isso eu tenho evitado todas as propostas para profissionalizar minha comunicação. Sou eu com meu celular e é assim que nós vamos.

Já conversou com outros pré-candidatos?

Recebi uma ligação de Sérgio Moro. Me convidou para um jantar, mas eu estava em uma outra agenda, em viagem, não tinha possibilidade de encontrar naquele dia. Falou que estava acompanhando a minha pré-candidatura e que acha que a gente precisa dialogar. Concordo com ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.