Cidadania aprova federação com PSDB, mas mantém pré-candidatura de Vieira
Na prática, como cada federação só pode ter um postulante a cargos majoritários, os planos de Vieira colidem com os do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), escolhido em novembro nas prévias tucanas para concorrer à Presidência.
"A minha pré-candidatura foi mantida por unanimidade e a opção pela tentativa de federação com o PSDB atingiu o número mínimo de votos", disse o senador ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
De acordo com Vieira, a negociação para decidir quem será o candidato da federação, Doria ou ele, "virá mais adiante". Antes, é necessário aprovar um estatuto comum e registrar oficialmente a aliança. "Não é uma coisa simples", enfatizou.
Já a assessoria do governador disse, em nota, que o acordo foi costurado em torno do nome de Doria.
Doria é um dos maiores entusiastas da federação entre PSDB e Cidadania, num momento de divisão interna de seu partido. Nas últimas semanas, o governador se reuniu duas vezes com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), cotada para ser vice na chapa do tucano.
No próprio PSDB, contudo, há preocupação com o fato de Doria não decolar nas pesquisas para a eleição de outubro. Além disso, tucanos da velha guarda, como o ex-senador Aloysio Nunes, têm feito acenos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Aloysio disse que o PSDB não é mais uma referência nacional e afirmou que as movimentações de Lula são legítimas.
O senador José Serra, por sua vez, classificou o diálogo de seu partido com o petista como "natural".
Em levantamento da Genial/Quaest divulgado no último dia 9, Doria aparece em quinto lugar, com 2% de intenção de voto para o Planalto. Lula, com 45%, lidera a pesquisa, seguido pelo o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), com 23%. O ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) aparecem com 7% cada um.
Na quarta-feira, 16, o Cidadania já havia aprovado, por 66 votos a 44, a possibilidade de se federar, mas sem definir com qual sigla. A federação cria uma "fusão temporária" entre os partidos e precisa durar, pelo menos, quatro anos, desde as eleições até o final do mandato seguinte. De acordo com novo prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as legendas têm até o dia 31 de maio para registrar federações.
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