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Doria diz ser 'vergonhoso' o jeito como governo conduz o Orçamento

Pré-candidato à Presidência, João Doria (PSDB) avaliou como "vergonhoso" o jeito como o orçamento tem sido conduzido no governo de Jair Bolsonaro (PL) - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
Pré-candidato à Presidência, João Doria (PSDB) avaliou como "vergonhoso" o jeito como o orçamento tem sido conduzido no governo de Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Giordanna Neves e Matheus de Souza

São Paulo

22/02/2022 13h45Atualizada em 22/02/2022 14h02

Pré-candidato à Presidência, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), avaliou como "vergonhoso" o jeito como o orçamento federal tem sido conduzido no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o tucano, o Executivo já não tem mais controle sobre o tema.

"É curioso hoje a circunstância onde o comando do Orçamento não é do Poder Executivo. Sequer do Poder Legislativo. Esteve hoje aqui o dono do Orçamento do governo Bolsonaro", disse, ao citar a participação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em evento do BTG Pactual.

"Ele é quem despacha, ele é quem diz ao ministro se ele vai ter direito ou não. Isso é uma subversão completa da ordem constitucional", criticou o governador paulista.

Terceira via

Diferentemente do ex-juiz e pré-candidato à presidência, Sérgio Moro (Podemos), que defendeu nesta terça, no mesmo evento, a urgência de unir nomes da chamada terceira via, João Doria afirmou que todos que estão participando da disputa devem manter suas candidaturas.

"Aquelas (candidaturas) que compõem esse centro democrático liberal e social, nós temos que manter até o esgotamento do diálogo pelos líderes partidários", disse Doria, citando os nomes do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e da senadora Simone Tebet (MDB-MS). As declarações foram dadas durante CEO Conference 2022 do BTG Pactual.

O governador declarou, no entanto, que posteriormente haverá convergência em torno de um candidato. "Mais adiante, esses três nomes (Doria, Moro e Simone), juntamente com lideranças partidárias que comandam esses partidos, vão encontrar um ponto em comum para que haja um único nome e esse nome possa enfrentar o populismo da esquerda e da direita", declarou.

Vice

Questionado durante evento sobre a possibilidade de ter o nome da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) como vice na disputa ao Planalto, Doria afirmou que ainda há "um caminho a percorrer" junto com a parlamentar antes da confirmação de uma chapa.

Nesta terça, em entrevista ao UOL a senadora confirmou que pode compor chapa de Doria. Segundo ela, seu nome foi citado pelo próprio tucano durante uma reunião em São Paulo.

O Diretório Nacional do Cidadania aprovou no último sábado, 19, a proposta de formar uma federação com o PSDB, uma "fusão" entre as siglas deve durar no mínimo quatro anos. No entanto, a legenda manteve a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE) ao Palácio do Planalto.

Os tucanos, por sua vez, também negociam com o MDB e o União Brasil. Essa aliança, segundo o governador, "segue em muito bom tom" e é, ao lado da federação com o Cidadania, "a melhor notícia desse processo eleitoral".

Para Doria, esse movimento de união das siglas é uma sinalização de que pode haver terceira via fortalecida para as eleições deste ano. "Gesto pela democracia", classificou o governador.

'João Carinhoso'

Sobre o tom da sua campanha para 2022, Doria, que em 2018 escolheu o "João Trabalhador" como mote, afirmou que apesar de não ter o tema definido, escolheria "João Carinhoso" para este ano. "Depois de tanto enfrentamento, enfrenta Bolsonaro, enfrenta pandemia, enfrenta negacionismo, ter que fazer quarentena, tomar atitudes que não são simpáticas [...] acho que João Carinhoso. João Trabalhador, mas João Carinhoso também", disse o tucano.