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Polícia Militar de SP apreende quase R$ 500 mil de irmão de Davi Alcolumbre

A contagem realizada pelos PMs chegou ao montante de R$ 499.970,00 - Divulgação
A contagem realizada pelos PMs chegou ao montante de R$ 499.970,00 Imagem: Divulgação

Pepita Ortega e Fausto Macedo

São Paulo

25/03/2022 14h59

A Polícia Militar de São Paulo apreendeu na madrugada desta sexta-feira, 25, quase R$ 500 mil pertencentes advogado Alberto Samuel Alcolumbre Tobelem, irmão do senador Davi Alcolumbre, após abordar um Ford Fusion preto com 'atividade suspeita' na Avenida Olavo Fontoura, próximo ao Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital paulista.

Alberto e um o motorista do carro abordado, Sergio Barbosa Arruda, foram conduzidos à 13ª Delegacia de Polícia, na Casa Verde, onde o delegado Julio Siqueira Gomes lavrou boletim de ocorrência. Os valores foram apreendidos e os averiguados, liberados. A contagem realizada pelos PMs chegou ao montante de R$ 499.970,00.

"É atípico o transporte de valores dessa magnitude e da maneira como ocorreu, porém, frisa-se que tal ato não necessariamente torna a conduta ilegal,mas demanda análise mais detida e acurada a respeito da origem do numerário. Deste modo, buscando a total lisura nos procedimentos de Polícia Judiciária, procedeu-se a formal apreensão dos valores e havendo demonstração de licitude, serão prontamente devolvidos a quem de direito como medida de rigor", registra trecho do b.o.

A abordagem foi realizada pela equipe policial da 1ª Companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar, que estava em uma operação de bloqueio quando o veículo conduzido por Sérgio, ao avistar as viaturas, parou, desligou os faróis e deu marcha ré. Os agentes acompanharam o carro e, ao se aproximarem o veículo, observaram que o motorista estava retirando duas bolsas de viagem do interior do automóvel. O dinheiro do irmão de Alcolumbre estava acondicionado em tais malas.

Já durante a abordagem, os policiais questionaram o motorista sobre a procedência do dinheiro. Sergio disse trabalhar como motorista de aplicativo e relatou que havia sido contratado por um advogado 'que representa um grupo de empresários que financiam campanhas políticas'. De acordo com os policiais, o motorista também afirmou que guardaria o dinheiro em sua casa, até que recebesse novas instruções da pessoa que o contratou.

O boletim de ocorrência narra ainda que, durante a abordagem, Alberto se aproximou do local, acenando para Sérgio, o que levou os policiais a questionarem o irmão de Alcolumbre. Alberto relatou que o dinheiro era referente ao pagamento de um advogado que havia contratado, que, por sua vez, enviou o motorista de aplicativo para pegar as bolsas com o montante.

À Polícia, o irmão de Davi Alcolumbre reconheceu que a quantia lhe pertence e alegou que o montante era referente ao pagamento de um estudo jurídico que ele havia contratado. O termo de declarações obtido pelo Estadão registra que, segundo Alberto, Sérgio seria um 'motorista de confiança' do advogado que realizaria tal estudo, Felipe Antonioli.

Alberto sustentou que a quantia é 'fruto de seu trabalho como advogado', bem como de 'transações comerciais particulares que realiza, dentre elas, a compra e venda de automóveis'. A entrega do dinheiro à Sérgio foi combinada nas proximidades do Sambódromo do Anhembi porque Alberto participava de uma feira de acessórios automobilísticos que acontecia no local.

O irmão de Alcolumbre relatou à polícia que, após entregar o dinheiro e Sérgio 'seguir seu rumo'. Ao ver que o motorista foi abordado pelos policiais, se dirigiu até o local e passou a ser questionado pelos agentes, registra ainda seu termo de depoimento.

Alberto diz que tem como comprovar a procedência do dinheiro e o fará por meio de seu advogado ainda nesta sexta-feira, 25.