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Bolsonaro chama Dilma de 'presidanta' e volta a colocar dúvidas sobre urnas

Do UOL, em São Paulo

25/03/2022 15h13Atualizada em 25/03/2022 17h53

O presidente Jair Bolsonaro (PL) insultou hoje a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), referindo-se a ela como "presidanta". Ele criticava investimentos brasileiros no metrô de Caracas, na Venezuela. No mesmo contexto, afirmou que Belo Horizonte não tem metrô, o que não é verdade: a capital mineira conta com uma linha que vai até Contagem. Além disso, voltou a levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas.

"Alguém acha que (Nicolás) Maduro (presidente da Venezuela) está pagando a dívida do metrô em Caracas? Não tem metrô em BH, mas tem metrô em Caracas. E a última presidente era de Minas, ou melhor presidanta", atacou Bolsonaro. "Não querem voltar um cara para a cena do crime. Alguns querem voltar a quadrilha toda para a cena do crime."

A construção da linha cinco do metrô da capital venezuelana foi feita pela empreiteira brasileira Odebrecht, com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O Brasil liberou R$ 2,2 bilhões para o projeto, inaugurado parcialmente em 2015 após uma década de trabalhos.

Pré-candidatura à reeleição

Bolsonaro ainda falou sobre as eleições deste ano, confirmando o evento de lançamento de sua pré-candidatura à reeleição neste domingo, às 10h. O PL, sigla do mandatário, mudou a forma de divulgação do evento para evitar que ele seja enquadrado em crime eleitoral, já que a propaganda política para o pleito de outubro só é permitida a partir de 16 de agosto.

Não vou fazer propaganda política aqui, mas está sendo divulgada na internet como se eu tivesse cancelado nosso evento do próximo domingo agora, que é o pré-lançamento da candidatura. Está mantido o evento aqui em Brasília, 10h, domingo
Jair Bolsonaro

'Voto tem que ser contado'

No evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas. Ele disse mais uma vez que o "voto tem que ser contado", o que já é feito em toda eleição no país.

"O voto tem que ser contado. Não podemos disputar uma eleição com a mínima suspeição de que algo esteja errado. Pode ter certeza, eu acredito que as eleições sejam limpas e confiáveis no corrente ano, que só podemos disputar eleições dessa maneira", disse.

Especialistas asseguram, no entanto, que as urnas eletrônicas são confiáveis. Neste ano, as Forças Armadas, dirigidas pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, provável vice de Bolsonaro nas eleições, acompanham o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nos procedimentos pré-eleição.

O trabalho das Forças Armadas no processo eleitoral já fez com que Bolsonaro dissesse que, em 2022, as eleições seriam limpas.

Nós queremos eleições limpas. Tenho certeza que temos como colaborar com nosso prezado TSE, com nosso querido Alexandre de Moraes, nosso querido (Luiz Roberto) Barroso e (Edson) Fachin (presidente do TSE) para que isso aconteça. Tenho a certeza que no fundo do coração deles, eles querem isso e isso quer, no meu entender, grande parte da população brasileira
Bolsonaro sobre as eleições