Presidente do PDT admite traições a Ciro e minimiza punições: 'faz parte'
O presidente do PDT, Carlos Lupi, admitiu haver pré-candidatos do partido nos Estados que vão apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa ao Palácio do Planalto. "Isso faz parte. Cada candidato quer olhar o eleitor local", disse ele. Lupi afirmou, porém, que não haverá punição aos infiéis.
O nome do PDT para a eleição presidencial é o do ex-ministro Ciro Gomes, que costuma fazer duras críticas ao petista. "O Lula, em alguns Estados, principalmente no Nordeste, é muito forte hoje", afirmou Lupi ao Estadão.
Alguns exemplos de simpatizantes de Lula no PDT são o senador Weverton Rocha, pré-candidato ao governo do Maranhão, e o ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves, que quer concorrer ao governo do Rio. Na outra ponta, Ciro tem a esperança de contar com dissidências regionais do PSB, partido que apoia Lula, mas tem conflitos com o PT em alguns Estados.
Candidato à reeleição, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que é do PSB, faz acenos a Ciro. "Ele (Renato) tem um compromisso com a gente de abrir o palanque para o Ciro. Não exclusivo, mas vai abrir", contou Lupi.
O governador participou na terça-feira, 24, de uma live promovida por Ciro e disse que o PSB "tem que avaliar até onde pode ir nessa conversa com o PT". Casagrande foi um dos principais obstáculos para que houvesse uma federação entre PT e PSB, que forçaria as duas legendas a tomarem as mesmas posições em âmbito nacional, estadual e municipal por, no mínimo, quatro anos.
"Temos decisão a ser tomada no Rio de Janeiro, aqui no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul, em São Paulo. Tem uma aliança nacional formada, consolidada, bem organizada, mas ainda temos até julho para poder discutir alguns Estados", afirmou o governador durante a live com Ciro.
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