Ministros do STF são hostilizados por manifestantes bolsonaristas em NY
Em um deles, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, tem de ser escoltado ao deixar um restaurante. Neste momento, manifestantes o acusam de "estar roubando o Brasil" e o chamam de "vagabundo, "ladrão", "Xandão", dentre outros nomes.
Mais cedo, imagens mostram ainda manifestantes, vestidos de verde e amarelo, muitos envoltos na bandeira do Brasil, na porta do hotel em que os ministros estão hospedados, segurando cartazes com o escrito "SOS Forças Armadas" e aos gritos de "ei, Xandão, seu lugar é na prisão".
Segundo informações passadas pela assessoria de imprensa do Lide ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), "havia cerca de 50 pessoas na porta do hotel, cantando o hino".
Outro vídeo, também na porta do hotel, exibe o momento em que o ministro Gilmar Mendes deixa o local enquanto pessoas gritam "vagabundo", "seu merda", "o que é seu está guardado, seu bandido".
Já o ministro Luís Roberto Barroso foi abordado por uma mulher na Times Square, uma das avenidas mais importantes de Nova York, conforme imagens que circulam nas redes sociais.
Ela diz: "Olha só quem está aqui. Como é que está o senhor juiz?." Barroso responde: "Muito bem senhora, muito feliz pelo Brasil." A senhora devolve, em grau de ameaça: "Ah, 'tá' bom, mas nós vamos ganhar essa luta, hein, nós vamos ganhar essa luta, o senhor está entendendo? Cuidado, hein! O povo brasileiro é maior do que a Suprema Corte." O ministro responde "com a Graça de Deus", entra em uma loja e pede "minha senhora, não seja grosseira, tchau, minha senhora, passar bem", enquanto ela retruca: "Foge, foge."
Questionada sobre os episódios, a assessoria de imprensa do Lide, presidido pelo ex-governador de São Paulo, João Doria, afirmou que a segurança foi reforçada e a polícia de Nova York acionada. "A segurança pessoal dos ministros e de todos que estavam no evento estava garantida Tínhamos seguranças do hotel, contrato particular e a polícia da cidade", disse a assessoria do evento, ao Broadcast.
Em um dos vídeos, é possível ver manifestantes avançando para a porta principal de entrada do hotel, o que indica a falta de segurança necessária diante da quantidade de manifestantes no local. Sobre o baixo nível de segurança dos ministros, a assessoria negou e afirmou que "isso é prioridade". Não informou, porém, o contingente de seguranças disponibilizado no domingo, o momento do reforço e qual será a estratégia para esta segunda-feira, primeiro dia do evento.
Manifestações se tornaram comuns em meio a presença de autoridades brasileiras em Nova York. Na última visita do presidente da Republica, Jair Bolsonaro, à cidade, em setembro, quando veio discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), o policiamento também teve de ser reforçado em meio a confusões com apoiadores e manifestantes contrários.
Durante as eleições, foram vistas várias cenas de bate-boca entre eleitores que apoiavam Bolsonaro e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No primeiro turno, organizações de esquerda denunciaram aos órgãos responsáveis episódios de agressão verbal, casos de boca de urna e outros problemas durante a votação em diversos locais nos EUA.
Em Nova York, o problema só foi solucionado no segundo turno, quando a Embaixada do Brasil na cidade isolou o entorno do local de votação, proibindo a circulação de carros, e cercou as filas de grades de contenção, o que organizou melhor o público e conteve as manifestações.
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